Sete em cada dez familiares não tem notícias de parente preso durante a pandemia
Uma das principais preocupações dos familiares é a condição de saúde do parente preso

Foto: Agência Brasil
Cerca de 69,6% dos familiares dos detentos nos presídios estaduais de São Paulo não possuem nenhum tipo de informação ou contato com o parente encarcerado durante a pandemia, o que equivale a um demonstrativo de sete em cada dez famílias sem contato com o parente presidiário.
A informação foi coletada de um estudo feito pelo Núcleo de Estudos da Burocracia (NEB), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em conjunto com a Associação de Familiares e Amigos de Presos e Presas (AMPARAR). No total, foram entrevistadas 1.283 familiares dos detentos no período entre os dias 25 de julho a 4 de julho deste ano.
Os dados revelam que 54,1% dos familiares estão preocupados com as condições de saúde do parente preso, sendo que 42% das famílias revelaram que têm medo de contaminação do familiar preso pela covid-19. Outro fator apontado pelos entrevistados está a falta de suporte pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) durante o período de pandemia. Para cerca de 96% familiares, a SAP não tem fornecido qualquer suporte para eles.
Além disso, a falta de informação e assistência jurídica tem gerado preocupação. Três em cada quatro familiares não acreditam que o defensor público ou o advogado particular vai atuar a favor do familiar preso no atual contexto de pandemia. Em contrapartida, para 41,4% dos entrevistados, o advogado foi o único meio de notícias com os presos.