Setor de bares e restaurantes se frustram com falta de retorno do programa BEm
78% dos empresários sinalizaram não ter condições de pagar salários, segundo Abrasel

Foto: Reprodução/ Agência Brasil
Empresários do setor de bares e restaurantes aguardaram que o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciasse, durante coletiva, sobre a retomada do Programa de Preservação de Renda e do Emprego (BEm), encerrado em dezembro, mas isso não aconteceu, e causou frustração entre os membros da classe.
“Os negócios, que já estavam colapsados, entram agora em estado terminal. Ninguém aguenta mais, a sensação é de desespero total", diz o presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Paulo Solmucci, ao Portal R7. A pesquisa da entidade revela que, sem o BEm, 78% dos empresários já sinalizaram não ter condições de pagar os salários no dia 5 de abril.
Em 2020, o programa permitia que as empresas reduzissem a jornada de trabalho e o salário dos funcionários, sendo que o governo assumia o complemento do valor. Essa medida evitou a ocorrência de milhões de demissões em 2020, segundo a Abrasel.
"Esse cenário é injusto e desastroso. Estamos falando de milhões de empregos e negócios dizimados por falta de acordo no governo. É dever do Estado intervir e proteger numa situação dessas. É preciso responsabilidade e empatia", afirma Solmucci.
O governo já admitiu que pretende retomar o programa, onde o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, afirmou que inúmeros pontos fiscais precisam ser avaliados. “Obviamente faremos tudo com ampla e restrita responsabilidade fiscal. A Fazenda está avaliando isso conosco e, dentro dos próximos dias, termos uma resposta”, disse. O custo estimado para a nova fase do programa é de R$ 10 bilhões. “Ainda estamos fechando esse valor”, disse Bianco.


