Setor de franquias acelera recuperação no 2º trimestre e cresce 16,8%, aponta pesquisa
Segundo a ABF, todos os segmentos cresceram. No primeiro semestre, alta foi de 12,9%

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De acordo com dados apurados na tradicional Pesquisa Trimestral de Desempenho do setor realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), o mercado de franquias brasileiro registrou uma recuperação acelerada no segundo trimestre deste ano frente a igual período de 2021.
Com um faturamento 16,8% maior, o setor demonstrou resiliência diante de um cenário adverso internamente, com inflação e juros em alta. Segundo o estudo, feito em parceria com a AGP, a receita saltou de R$ 41,140 bilhões para R$ 48,052 bilhões nesse período.
Crescimento dos segmentos
O levantamento da ABF ainda indicou que no segundo trimestre do ano todos os 11 segmentos do setor apresentaram crescimento. A maior variação positiva no faturamento foi constatada em hotelaria e turismo, com 25,4% de alta. Como demonstrado no primeiro trimestre, o segmento manteve o ritmo de recuperação graças, principalmente, ao arrefecimento da pandemia e à retomada das viagens e eventos.
Alimentação – foodservice tem o segundo maior crescimento, com receita 22,3% maior frente a igual período do ano passado, beneficiando-se também da reabertura do comércio, assim como da Páscoa e do Dia das Mães, que tradicionalmente aquecem as vendas, além do avanço da digitalização dos negócios e do delivery.
Saúde, beleza e bem-estar registrou o terceiro melhor desempenho, favorecido também pela alta demanda por seus serviços. Destacaram-se, ainda, casa e construção, com crescimento de 17,4% e moda com 15,8%.

Primeiro semestre
A alta no faturamento foi de 12,9%, no semestre, na comparação com os primeiros seis meses do ano passado, saltando de R$ 81,021 bilhões para R$ 91,432 bilhões. Nos primeiros semestres de 2020 e de 2022, a receita cresceu 32,0%, e em relação ao mesmo período de 2019, o faturamento aumentou 8,1%.
A inflação manteve-se em alta neste primeiro semestre, porém em um patamar menor em relação ao crescimento do setor de franquias. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no acumulado de janeiro a junho, o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) foi de 5,49%.
O estudo aponta que a vasão da demanda reprimida dos consumidores: flexibilidade das medidas restritivas de circulação possibilitada pelo aumento da vacinação e o consequente aquecimento geral do varejo físico contribuíram para esta alta.
Confirmando esse movimento, dados da Cielo indicaram que houve um aumento de 10,7% nas vendas nos mesmos trimestres analisados.
Anos anteriores
Quando observado o crescimento em relação ao segundo trimestre de 2020 — marcado pelo início da pandemia — o índice chega a 73,3%.
Já com base nos meses de abril a junho de 2019, cujo faturamento foi de R$ 43,122 bi, a receita do franchising cresceu 11,4%.
O estudo da ABF apontou também que a receita no período acumulado de 12 meses avançou 9,2%, de R$ 178,950 bilhões para R$ 195,450 bilhões. Entre os meses de abril a junho de 2020 e deste ano, a variação positiva foi de 14%, e em referência a igual período de 2019, pré-pandemia, o crescimento do setor foi de 8,6%.


