Setor de Turismo registra perdas de R$ 90 bilhões desde o início da pandemia no Brasil

CNC avalia que são necessárias mais medidas de ajuda ao setor

[Setor de Turismo registra perdas de R$ 90 bilhões desde o início da pandemia no Brasil]

FOTO: Reprodução/Agência Brasil

Desde o início da pandemia, o setor de turismo no Brasil já acumula perdas de R$ 87,79 bilhões em relação ao faturamento médio do período, segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Com o fechamento de fronteiras, cancelamento de voos e cuidados de isolamento social, o setor foi fortemente impactado pela pandemia, afirmou a confederação, que prevê que o número de demissões no setor pode chegar a 727,8 mil até o fim deste mês. 

Segundo a CNC, somente o subsetor de alojamento e alimentação fora do domicílio, que responde por 57% dos empregos no turismo, pode ter demitido cerca de 350 mil trabalhadores formais de março a maio. A projeção se dá a partir de dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que apontou a eliminação de 211,7 mil empregos formais em março e abril.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que as medidas emergenciais adotadas pelo governo federal ajudaram a reduzir o impacto, mas serão necessárias ações adicionais para preservar os empregos e as empresas do setor. As perdas do setor registraram R$ 13,38 bilhões em março e subiram para R$ 36,94 bilhões em abril, e R$ 37,47 bilhões em maio, meses em que houve "uma paralisia quase completa do setor", de acordo com a CNC. 

Mais da metade do prejuízo nacional se deu nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde a oferta de transporte aéreo chegou a cair mais de 90% em abril e maio. A CNC pontua que a flexibilização da quarentena em outros países não reverteu a queda, o que significa que o setor precisará de medidas de estímulo específicas.

"Ainda não é possível detectar quando se dará a inflexão da atual tendência de perdas nas atividades que compõem o turismo nacional. Mesmo em outras regiões do mundo que já contam com o relaxamento da quarentena, nota-se uma inércia mais acentuada no processo de recuperação do turismo em relação a outras atividades econômicas", analisa a Divisão Econômica da confederação. 


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