Sinal de celular será bloqueado no Vaticano para realização do conclave
Cerimônia, iniciada na quarta-feira (7), reúne cardeais para elegerem novo papa e votação deve acontecer em absoluto sigilo

Foto: Vatican News
A rede de cobertura de telefonia móvel será desativada no Vaticano, às 15h de quarta-feira (7), 10h no horário de Brasília, para realização do conclave - reunião de cardeais para eleger o novo papa, após os ritos fúnebres pela morte de Francisco. A informação foi confirmada pela mídia estatal italiana.
O cuidado para o isolamento acontece pois durante o período de votação, os cardeais não podem estabelecer comunicação com o mundo exterior, ter acesso à imprensa, ou utilizar aparelhos eletrônicos.
A partir desta terça (6), os cardeais vão entregar os celulares e demais dispositivos eletrônicos. A devolução só acontece após o término do conclave, segundo o Vaticano.
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A Praça de São Pedro - onde o público costuma se reunir durante o Conclave – não deve ser afetada pela medida, que será concentrada na Capela Sistina, com uso de bloqueadores.
Oficiais, celebrantes e funcionários do Vaticano que participarão do conclave assinaram na segunda-feira (5) um juramento de silêncio. Todos os 133 cardeais que votarão, entre eles sete brasileiros, já chegaram em Roma e deram início ao isolamento. A última reunião preparatória aconteceu nesta terça.
O conclave será iniciado por volta de 12h, após discurso do mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, o arcebispo italiano Diego Giovanni Ravelli, o qual ordena que todos os que não participam da eleição deixem a Capela Sistina.
O cardeal Raniero Cantalamessa, pregador emérito da Casa Pontifícia, fará a segunda meditação aos cardeais eleitores, na presença do mestre das Celebrações. Depois disso, ambos deixam a Capela Sistina e tem início a votação.
Nos dias seguintes, haverá quatro votações diárias: duas pela manhã e duas à tarde. Todas as cédulas de votação são queimadas após cada rodada. Com a eleição do papa, a fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina é branca; caso contrário, é preta, indicando que ainda não foi feita a escolha.
Os sinais de fumaça para cada votação costumam ser emitidos às 5h30, 7h, 12h30 e 14h de Brasília. Antes de cada turno, os cardeais repetem o juramento. Se não houver resultado até o sábado (10), o processo pode ser interrompido no domingo (11) para um momento de oração.
Se preciso, há até dez dias de votação, quatro vezes por dia. A cada sete votações, pode haver uma pausa e o discurso de um cardeal, seguindo essa ordem: na primeira pausa, fala o cardeal-diácono mais antigo; na seguinte, o cardeal-presbítero mais velho; e, por fim, o decano entre os cardeais-bispos.
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A partir do dia 22, caso ainda não haja vencedor, apenas os dois candidatos mais votados concorrem. Os cardeais ficam isolados até que um deles alcance dois terços dos votos.
Historicamente, os conclaves modernos tendem a ser breves. As duas últimas eleições papais, em 2005 e 2013, definiram o novo pontífice ainda no segundo dia de deliberação.
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