Síndrome de Burnout agora é doença do trabalho

A alteração aconteceu em conferência da organização em 2019 e entrou em vigor no dia 1º de janeiro deste ano

Por Da Redação
Ás

Síndrome de Burnout agora é doença do trabalho

Foto: Reprodução

Desde o dia do dia 1 de janeiro de 2022, entrou em vigor a nova classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), a CID 11, tornando a Síndrome de Burnout como uma doença ocupacional. A alteração aconteceu em conferência da organização em 2019. Com isso, é importante que empresas e funcionários fiquem atentos para as mudanças e os eventuais riscos.

Além do Burnout, o CID 11 também inclui na lista de doenças o estresse pós-traumático, distúrbio em games e resistência antimicrobiana. 

A síndrome de Burnout será oficializada como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. No texto anterior, ela era considerada ainda como um problema na saúde mental e um quadro psiquiátrico.

“Logo, com isso, quadros rotineiros nas dinâmicas laborais como: esgotamento físico ou mental, sentimentos negativos e produtividade reduzida no ambiente laborativo”, disse a advogada e professora universitária, Carla Borba.

Para a advogada, com a nova classificação, surge uma grande margem de interpretação, especialmente para os operadores do direito e peritos médicos, para avaliar a eventual responsabilidade de um empregador sobre a saúde emocional dos funcionários. 

“Esse enquadramento possibilita uma eventual distribuição em massa de processos trabalhistas relacionados ao diagnostico, quando o empregado poderá pleitear perante Justiça Laboral até indenizações contra empresas, ou seja, um grande fator de risco jurídico e financeiro”, avaliou.

A responsabilização da empresa será avaliado a partir do laudo médico comprovando o Burnout junto com o histórico do profissional e uma avaliação do ambiente de trabalho, inclusive coletando relatos de testemunhas. Em geral, serão coletadas provas de uma degradação emocional e fatores causadores da síndrome, como assédio moral, metas fora da realidade ou cobranças agressivas.

Como proceder

Carla Borba afirma que é preciso que as empresas montem estruturas e rotinas que auxiliem a prevenção de quadros psíquicos da síndrome, o que vai desde a organização de quadro funcional para que não existe um acumulo de função, horas extras, até ideias alternativas para o bem estar do ambiente laboral, como: aula de ioga,  alongamentos, ginástica laboral, massagens, espaço de descompressão e até promover mesas redondas, palestras e acolhimentos terapêuticos  à luz da preservação da saúde mental.

Segundo especialistas, o reconhecimento pela OMS terá um efeito em processos trabalhistas relacionados ao tema. No caso de o funcionário recorrer à Justiça por causa de esgotamento, a empresa pode ser responsabilizada e até pagar indenização. 

O que é a Síndrome de Burnout?

Em 2019, a OMS classificou o Burnout como um “fenômeno ligado ao trabalho" e descreve seus sintomas como: sensação de esgotamento, cinismo ou sentimentos negativos relacionados a seu trabalho e eficácia profissional reduzida.

Levantamento

Segundo o Índice de Bem-estar Corporativo do Zenklub, em 2021, publicado com exclusividade pela EXAME, o sinal de alerta para o Burnout precisa estar ligado na maioria das empresas.  

Com o índice geral de bem-estar no mercado brasileiro recebendo a nota de 49,25, numa escala de 0 a 100, as empresas brasileiras ficaram abaixo o índice ideal de 78. O levantamento teve mais de 1.600 respostas de funcionários de 335 empresas. 

Dependendo da nota, alguns fatores influenciaram positivamente ou negativamente nesse dado geral. A maior nota positiva foi para o relacionamento com colegas, de 74,68. Entre os fatores que afetaram negativamente o bem-estar geral, o Burnout aparece como o maior alerta, com os profissionais relatando sintomas de esgotamento. 

Outros dois fatores aparecem como avisos para um trabalho mais preventivo. Em segundo lugar, o alto volume de demanda e controle sobre o trabalho tira a autonomia e pode levar a um quadro de Burnout. E em terceiro, o fator de adição ao trabalho mostra o sentimento de sobrecarga em alta entre os profissionais.

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