Sonda soviética Kosmos 482 cai no Oceano Índico após 52 anos
Reentrada da sonda na atmosfera terrestre mobilizou alerta internacional

Foto: Wikimedia Commons
A sonda Kosmos 482, lançada pela União Soviética em 1972 com o objetivo de estudar Vênus, reentrou de forma descontrolada na atmosfera terrestre e caiu no Oceano Índico neste sábado (10), por volta das 9h24 no horário de Moscou. A queda foi confirmada pela agência espacial russa Roscosmos.
Construída para suportar condições extremas no ambiente venusiano, a nave de aproximadamente 500 quilos permaneceu em órbita por mais de cinco décadas, após uma falha no lançamento que a impediu de deixar a órbita terrestre.
A inclinação da órbita da Kosmos 482 era de cerca de 52 graus em relação à Linha do Equador, o que colocava toda a extensão do território brasileiro dentro da zona de possível impacto. Por isso, o Brasil esteve entre os países que poderiam ser atingidos por destroços da sonda, caso parte dela sobrevivesse à reentrada atmosférica.
A Agência Espacial Europeia (ESA) confirmou a reentrada não controlada com base em análises de trajetória e no desaparecimento da nave dos sistemas de rastreamento. Segundo o Escritório de Detritos Espaciais da ESA, a ausência da sonda em estações de radar, como a da Alemanha, reforçou a confirmação da queda.
Apesar do risco, não há relatos de destroços em áreas habitadas. Especialistas já alertavam para a possibilidade de a estrutura resistir à reentrada, devido à robustez do equipamento, projetado para pousar em Vênus, o planeta mais quente do sistema solar.
A Kosmos 482 integrava a missão soviética Verena, que acabou frustrada. O episódio reacende discussões sobre o monitoramento de lixo espacial e os riscos que objetos antigos ainda representam para a segurança em solo.