STF e Planalto se preparam para nova rodada de sanções de Trump contra autoridades brasileiras
Integrantes da Corte acreditam que novos alvos da aplicação da Lei Magnitsky serão Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin

Foto: The White House Official
A crença de integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) em um freio externo à atuação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a Corte brasileira tem diminuído. Segundo um integrante do STF à coluna de Daniela Lima, do Uol, "está tudo dominado por lá", inclusive o Judiciário.
Integrantes da Primeira Turma se preparam para uma nova rodada de aplicação da Lei Magnitsky sobre os outros três membros do grupo que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus pelo planejamento da tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023: Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Alexandre de Moraes já é alvo da penalidade, que restringe transações financeiras internacionais.
Auxiliares do Palácio do Planalto que lidam com política internacional avaliam que uma nova série de sanções aos integrantes do STF é, de fato, provável. Segundo eles, ao publicar um artigo no The New York Times no último fim de semana, o presidente Lula "deixou claro que quer dialogar com Trump", e não provocá-lo, como alguns integrantes do mercado financeiro interpretaram.
O time de Lula observa que, como Trump vinculou as primeiras sanções de vistos à paralisação do julgamento de Bolsonaro, o que não ocorreu, a Casa Branca ficou sem margem para recuo após a condenação do ex-presidente.
No Itamaraty, diplomatas afirmam que é preciso aguardar os próximos passos, destacando que há debates internos no governo americano sobre a conveniência de ampliar pressões sobre o Brasil, dado o cenário de múltiplas frentes de tensão dentro e fora dos EUA.
Especialistas consideram improváveis novas tarifas americanas sobre produtos brasileiros, lembrando que o lobby de grandes empresas com plantas nos EUA tem conseguido reverter algumas taxas impostas ainda na gestão Trump.