STF não vai se manifestar sobre taxação de Trump contra o Brasil
Decisão foi acordada entre Lula e Barroso, presidente da Suprema Corte

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Após conversas entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ficou combinado que a Suprema Corte não se manifestaria sobre a crise provocada pela taxa de 50% anunciada por Donald Trump ao Brasil.
As conversas ocorreram entre quarta-feira (9) e quinta-feira (10) e também contaram com a participar do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A decisão foi de que as respostas ficarão para a política e para a diplomacia.
Na carta endereçada a Lula em que anuncia a medida, Trump diz que um dos motivos para a taxação é o tratamento “muito injusto” recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado.
Antes da carta, o presidente norte-americano publicou nos últimos dias diversas mensagens em suas redes sociais defendendo Bolsonaro e atacando a Justiça brasileira.
Nas postagens, Trump declarou que o ex-presidente deveria ser “deixado em paz” e sugeriu que ele está sendo perseguido. O republicano chegou a utilizar a expressão “caça às bruxas” para se referir ao julgamento de Bolsonaro, que é réu no STF por tentativa de golpe de Estado.
Lula respondeu afirmando que o processo judicial contra os envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023 é de competência exclusiva da Justiça brasileira, e “não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”.
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