STF quebra sigilos bancário e fiscal de dois funcionários de Eduardo Bolsonaro

O inquérito corre em sigilo

Por Da Redação
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STF quebra sigilos bancário e fiscal de dois funcionários de Eduardo Bolsonaro

Foto: Reprodução

Assessor do deputado federal Eduardo Bolsonaro, Edson Pires Salomão é um dos alvos de um inquérito aberto no ano passado a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar ameaças a ministros da Corte. Investigado, sua casa foi vasculhada pela Polícia Federal (PF) em dezembro, seus computadores, apreendidos, e seus sigilos bancário e fiscal foram quebrados no âmbito do mesmo processo. Com isso, o relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, busca apurar quem financia os ataques virtuais promovidos por Salomão e seu grupo.

Também foi quebrado o sigilo de um de seus funcionários, Wellington de Moura. A investigação passa um pente-fino em todas as movimentações financeiras feitas pela dupla entre julho de 2018 e novembro de 2019. O inquérito corre em sigilo.

Salomão comanda uma organização com sede na Vila Mariana chamada Movimento Conservador, que propaga ideias como a liberação do porte de arma e a defesa de valores cristãos pelo Estado (ele é batista) e é contrário a qualquer flexibilização da criminalização do aborto. Para além da função ideológica, o grupo opera como máquina de destruição de reputações de opositores e bolsonaristas considerados “traidores”, como foi o caso da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), alvo de ofensas pessoais por militantes e robôs depois de entrar em rota de colisão com Eduardo Bolsonaro.

O Movimento Conservador, nascido naquele 1º de maio de 2016 e hoje ligado a Eduardo Bolsonaro e ao deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança, tem cerca de 2 mil membros e escritórios em oito estados. Mas foi só em 4 de dezembro de 2019 que ganhou exposição nacional, durante os depoimentos colhidos pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura no Congresso a disseminação de notícias falsas, conhecida como CPMI das Fake News.

Em depoimento aos membros da comissão, a deputada Joice Hasselmann citou o grupo como sendo um braço de ataques virtuais e criação de notícias falsas. Segundo a parlamentar, o Movimento Conservador estaria ligado ao chamado “gabinete do ódio”, comandado por Carlos Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro e que funcionaria como quartel-general da produção de conteúdo contra inimigos do governo — e até aliados, como é o caso dos ex-ministros Carlos Alberto dos Santos Cruz e Gustavo Bebianno, de Hasselmann e de seu colega de Câmara, Alexandre Frota, hoje no PSDB.
 

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