Suprema Corte dos EUA proíbe uso da raça em processos de admissão universitária
Decisão da maioria conservadora reverte entendimento anterior

Foto: Supreme Court of United States/Divulgação
A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu nesta quarta-feira (29) que as universidades do país não podem mais considerar a raça dos candidatos em processos de admissão, encerrando, assim, as políticas de ações afirmativas que visavam incentivar a diversidade e o ingresso de minorias no ensino superior. Essa decisão reverte entendimentos anteriores do mesmo tribunal e reflete a atual composição conservadora da corte.
Embora as cotas raciais sejam proibidas nos Estados Unidos, as universidades tinham, até então, a liberdade de criar métodos para estimular a admissão de estudantes negros e hispânicos, o que gerava questionamentos legais. A decisão desta quarta-feira foi tomada com base em duas ações movidas contra as universidades de Harvard e da Carolina do Norte.
As instituições foram acusadas de discriminar alunos brancos e de ascendência asiática em favor de candidatos negros, hispânicos e indígenas, algo que as universidades negam.
Os casos foram impetrados pela SFFA (Students for Fair Admissions, em inglês), uma entidade que afirma representar 20 mil estudantes e pais que discordam das políticas de ações afirmativas. Essa organização foi criada pelo estrategista conservador Edward Blum, que questiona esse tipo de medida desde os anos 1990.
"Durante muito tempo, muitas universidades concluíram erroneamente que o critério para avaliar a identidade de um indivíduo não eram os desafios superados, as habilidades adquiridas ou as lições aprendidas, mas sim a cor da pele. A história constitucional desta nação não tolera essa escolha", escreveu o presidente da Suprema Corte, John Roberts.