Talibã fechou salões de beleza e adotou medidas contra música em 2023

No ano de 2023, houve um avanço significativo nas medidas de controle sobre a vida da população em um determinado país, com ênfase especial nas restrições impostas às mulheres. O governo do Talibã, no Afeganistão, tomou a decisão de fechar salões de beleza ao longo do ano, acrescentando mais uma restrição à participação das mulheres na vida pública. Essa medida teve um impacto direto nos pequenos negócios administrados por mulheres, muitas vezes representando a única fonte de renda para suas famílias.

Os salões de beleza eram um dos poucos espaços onde as afegãs podiam frequentar, dado que foram proibidas de dirigir, estudar em universidades e até mesmo de frequentar parques e praças desacompanhadas. Além disso, o governo talibã adotou medidas contra a música, considerada imoral, resultando na destruição completa de instrumentos musicais e equipamentos de som em fogueiras.

Aziz al-Rahman al-Muhajir, chefe do Ministério para a Promoção da Virtude e Supressão do Vício na província de Herat, justificou tais ações, afirmando que "promover a música leva à corrupção moral, e tocar música engana os jovens".

Neste mesmo ano, a ONU instou o regime Talibã a encerrar imediatamente as "restrições draconianas" impostas às mulheres no Afeganistão, considerando-o o "país mais repressivo" do mundo nesse aspecto. Roza Otunbayeva, diretora da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (Unama), denunciou o país como sendo o mais repressivo do mundo em relação aos direitos das mulheres.

Além das restrições do grupo extremista, a população do Afeganistão enfrentou ainda um terremoto de magnitude 6,3, que resultou na perda de mais de 2.500 vidas. O epicentro do terremoto foi localizado a 30 km a noroeste da cidade de Herat e foi seguido por oito tremores secundários significativos. Os tremores deixaram milhares de pessoas desabrigadas, com voluntários utilizando ferramentas improvisadas para buscar vítimas e sobreviventes.