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Tiroteios e vítimas de confronto armado crescem no Rio, no Recife e em Salvador, aponta relatório

Na RMS de Salvador, o número de mortos em chacinas policiais passou de 17, no primeiro semestre de 2024, para 57 em 2025

Por FolhaPress
Ás

Tiroteios e vítimas de confronto armado crescem no Rio, no Recife e em Salvador, aponta relatório

Foto: Arquivo / Agência Brasil

O primeiro semestre deste ano registrou alta no número de tiroteios e vítimas baleadas em disputas entre grupos armados nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, de Salvador e do Recife.

O levantamento é do instituto Fogo Cruzado e considerou dados de 49 municípios, onde foram registrados 253 tiroteios envolvendo disputas entre facções, um aumento de 36% em relação ao mesmo período de 2024.

O instituto também identificou que os confrontos deixaram 172 vítimas, sendo 108 mortos e 64 feridos, altas de 35% e 6%, respectivamente, ante os primeiros seis meses do ano passado.

A gerente de pesquisa do Fogo Cruzado, Terine Coelho, destaca a alta no número de tiroteios e pessoas baleadas em confrontos na Grande Recife, com 18 tiroteios de janeiro a junho deste ano. No mesmo período do ano anterior, o instituto registrou apenas um confronto do tipo.

"A região é muito marcada por aquilo que a gente chama de acerto de contas. Em Recife, o nosso banco de dados mostra que 90% dos tiroteios resultam em ao menos uma vítima", diz Coelho.

"No primeiro semestre deste ano, a gente começou a ver uma disputa maior entre facções, [algo] que não registrava anteriormente, o que também justifica a alta em vítimas de balas perdidas [35 mortos, o recorde da série, com dados desde 2019]", completa a pesquisadora.

Procurado para comentar os dados levantados pelo instituto, o governo de Pernambuco não respondeu.

O relatório também identificou crescimento no número de tiroteios entre grupos armados no Rio, com 154 registros no primeiro semestre deste ano, alta de 48% em relação ao mesmo período de 2024.

A proporção de tiroteios motivados por operações policiais na região metropolitana da capital fluminense também atingiu seu maior patamar de janeiro a junho deste ano, segundo o instituto.

No total de trocas de tiros, houve participação policial em 504 delas, o que representa 41% dos registros, uma alta de 7 pontos percentuais em relação a 2024.

Em nota, o Governo do Rio de Janeiro citou dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) e afirmou que o órgão é a fonte oficial de análise de dados e indicadores de criminalidade no estado.

A administração fluminense disse que a letalidade violenta no estado atingiu em maio e junho os menores números da série histórica, com dados desde 1991. Afirmou também que houve redução das mortes por intervenção de agentes do estado, que registraram, em junho de 2025, queda de cerca de 40% em relação ao ano anterior.

"Estes números são resultados do forte investimento de mais de R$ 4,5 bilhões em tecnologia e inteligência garantindo melhores condições de investigação, treinamento, equipamentos e proteção para agentes e população", disse o governo.

Na região metropolitana de Salvador, o Fogo Cruzado identificou aumento nos registros envolvendo ações das forças de segurança.

Segundo o instituto, o número de mortos em chacinas policiais passou de 17, no primeiro semestre de 2024, para 57 em 2025. O registro de episódios do tipo também subiu, de 5 para 14.

Questionado, o governo da Bahia não respondeu até a publicação deste texto.

Para a gerente de pesquisa do instituto Fogo Cruzado, os dados indicam a necessidade de uma ação integrada, a nível nacional, para a implementação de uma política de redução de confrontos.

"Temos que entender como esses conflitos entre grupos armados acontecem e como interferir neles, sem potencializá-los", afirma Coelho.

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