Trabalhadores da Petrobras aprovam greve a partir de segunda (15)

Também está prevista uma vigília de aposentados e pensionistas em frente ao Edifício Senado, sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, nesta quinta

Por FolhaPress
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 Trabalhadores da Petrobras aprovam greve a partir de segunda (15)

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

MATHEUS DOS SANTOS

Trabalhadores vinculados à FUP (Federação Única dos Petroleiros) aprovaram nesta quarta-feira (10) uma greve nacional a partir da 0h de segunda-feira (15). A decisão ocorre após a Petrobras apresentar uma contraproposta para o ACT (acordo coletivo de trabalho) considerada insuficiente pelos petroleiros.

Os sindicatos irão notificar a empresa sobre a paralisação na sexta-feira (12). Segundo a FUP, as votações continuam até quinta-feira (11), mas as aprovações já são suficientes para deflagrar a greve.

Também está prevista uma vigília de aposentados e pensionistas em frente ao Edifício Senado, sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, nesta quinta. A Petrobras foi procurada, mas não respondeu até a publicação deste texto.

Para a FUP, a contraproposta da Petrobras não atende os três eixos aprovados pela categoria: a retomada de direitos retirados em gestões anteriores, distribuição mais justa dos resultados da companhia e o fim dos PEDs (Planos de Equacionamento de Déficit) da Petros, fundo de pensão dos funcionários da estatal.

A entidade também critica o reajuste proposto de 0,5%, abaixo do concedido por outras estatais.

Sindicatos vinculados à FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), outra federação que representa trabalhadores do setor, decidirão, até quiinta, se aderem à paralisação.
A FUP representa em torno de 25 mil empregados e opera 61% das unidades da Petrobras, enquanto a FNP opera 80% da extração de petróleo do país e representa mais de 50 mil trabalhadores.

Segundo a FNP, as negociações com a Petrobras somam 103 dias e não houve avanço quanto ao trabalho remoto ou melhorias para aposentados e pensionistas. "Por isso, a FNP mantém o indicativo de greve", afirmou o secretário-geral da entidade, Eduardo Henrique.

A última paralisação da categoria ocorreu em março deste ano, com duração de 24 horas. Os trabalhadores criticavam a redução dos dias em home office e diminuição da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e cobravam a contratação de funcionários, criação de plano integrado de carreiras e melhores condições para prestadores de serviços.  

COMO DEVE SER A PARALISAÇÃO

A mobilização pode afetar plataformas e as refinarias. "A greve é por tempo indeterminado. A depender de quanto continuar, pode afetar a produção de petróleo", diz Eduardo Henrique, da FNP. 

Após aprovar a greve nas assembleias, as entidades irão notificar a Petrobras para que um plano de contingência seja negociado. Nele, são definidos quantos funcionários serão necessários para manter as operações essenciais em andamento.

A Petrobras costuma ter equipes de contingência para diminuir o impacto de greves em suas operações, principalmente no curto prazo. Essas equipes costumam ser formadas por profissionais em cargos de gestão, direção, chefia ou confiança.
 

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