Tragédia de Mariana volta a ser pauta dos tribunais britânicos
Juízes devem dar veredicto em junho ou julho

Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
O rompimento da barragem da mineradora Samarco em Mariana (MG), que aconteceu em novembro de 2015, voltou a ser pauta nos tribunais britânicos. Um julgamento que foi iniciado nessa segunda-feira (04), e vai até sexta-feira (08), analisa os recursos pelos atingidos na tragédia. As vítimas pedem que os juízes reconheçam a competência da Justiça do Reino Unido para tratar do caso.
A ação do Reino Unido foi movida em 2018 por pouco mais de 200 mil atingidos, três comunidades indígenas, aproximadamente 600 empresas e 25 municípios, além da Arquidiocese de Mariana contra a mineradora anglo-australiana com sede em Londres, BHP. Em julho do ano passado, o Tribunal de Londres reabriu o processo de US$7 bilhões movido contra a acionista da Samarco, ao lado da Vale.
Representados pelo escritório inglês PGMBM, os atingidos sustentam que a justiça brasileira não tem sido capaz de assegurar a devida reparação. Até sexta-feira, as vítimas e a BHP deverão apresentar seus pontos de vista por meio dos seus advogados. As sessões serão transmitidas ao vivo nas redes sociais.
Em março de 2016, as três mineradoras concordaram em arcar com os custos e pactuaram com o governo federal e os governos de Minas Gerais e Espírito Santo. A Fundação Renova foi criada e, de acordo com a entidade, mais de R$20 bilhões já foram gastos no processo reparatório, sendo R$8,74 bilhões destinados a indenizações e auxílios financeiros emergenciais.
Tragédia de Mariana
Em 05 de novembro de 2015 aconteceu o pior acidente da mineração brasileira em Mariana (MG). O rompimento da barragem Fundão da mineradora Samarco provocou uma enxurrada de lama que devastou o distrito de Bento Rodrigues, causou inúmeros impactos ambientais e deixou várias pessoas desabrigadas, além dos que perderam a vida.
A então presidente do Brasil Dilma Rousseff chegou a afirmar na Cúpula de Paris que “uma ação irresponsável de umas empresas provocou o maior desastre ambiental da história do Brasil, na grande bacia hidrográfica do Rio Doce”. Em 2021, as indenizações pela tragédia em Mariana ultrapassaram R$8 bilhões de reais.