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Tragédia em cânion de Capitólio: autoridades se esquivam de responsabilidades sobre o ponto turístico

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Tragédia em cânion de Capitólio: autoridades se esquivam de responsabilidades sobre o ponto turístico

Prefeito Cristiano Geraldo admite falta de estudo de risco geológico no local

Por Da Redação
Tragédia em cânion de Capitólio: autoridades se esquivam de responsabilidades sobre o ponto turístico
Foto: Reprodução

Após a tragédia que deixou pelo menos dez mortos quando parte de um cânion desabou sobre lanchas no Lago de Furnas, em Capitólio (MG), foi levantada uma discussão acerca da responsabilização sobre as prevenções que deveriam ter sido tomadas para evitar o risco a visitantes no local. 

O Corpo de Bombeiros, a Polícia Civil e prefeitura têm atribuído a responsabilidade à Marinha do Brasil sobre o controle da exploração turística da área. A prevenção de desabamentos tem sido objeto de esquiva das autoridades.

De acordo com o prefeito de Capitólio, Cristiano Geraldo da Silva (PP-MG), no ponto turístico, não era feito nenhum tipo de acompanhamento geológico.

"Estamos fazendo um trabalho desde o ano passado sobre trombas d’água, para mobilizar os empresários, os turistas, para que ficassem atentos a elas. Queda de paredão nunca tivemos. É uma injustiça querer cobrar isso. Foi uma fatalidade" disse o prefeito.

Ainda segundo Cristiano, não há regras que proíbam as lanchas de estar naquele local, próximas do paredão, e destacou que é proibido que os barcos atraquem no cânion para que banhistas entrem na água. Ele afirma que há pontos específicos para mergulho, onde há bares flutuantes.

A Marinha informou no sábado (8) que abriria um inquérito para investigar responsabilidades sobre a tragédia.

De acordo com o engenheiro ambiental e professor de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), David Zee, a responsabilidade dos militares é sobre a segurança e licenciamento das embarcações, e não acerca dos estudos geológicos. Ele diz que a prefeitura deveria ter um estudo de rotina sobre os riscos num local que recebe tantos turistas todos os anos, e que foi preenchido artificialmente por água.

"A última a ser responsabilizada deve ser a Marinha. Ela ali é responsável por fiscalizar o barco, os equipamentos de segurança e a documentação. A Marinha não faz estudos geológicos. É algo que, ao meu ver, é de responsabilidade da prefeitura local. Até porque esses percursos turísticos são previstos, têm início meio e fim, o que facilita um acompanhamento técnico" opinou.

"Há ali uma sucessão de erros. A prefeitura deveria fazer um laudo rotineiro de risco biológico. O barqueiro, nativo dali, também deveria ter noções mínimas das condições, e deveria manter uma distância igual à do tamanho do cânion. Aquele é um local que encheram de água, e que atingiu locais que antes não eram atingidos. Há rochas com diferentes características, umas são impermeáveis e outras se expandem" completou o engenheiro.

Já para a geógrafa Ana Luiza Coelho Netto, a responsabilidade deveria estar sobre às três esferas: municipal, estadual e federal.

"A responsabilidade deveria estar nas instancias de governo afins aos planejamentos e gestão territorial, com foco na gestão de riscos ou melhor, dos múltiplos riscos aos quais estamos expostos, incluindo as três esferas, devidamente articuladas" disse.

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