Transição, mas nada oficial

O provável próximo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que nesta apuração ainda – em andamento – conta com a maioria de delegados entre os 50 estados, deve anunciar hoje quem se envolverá no grupo de trabalho para o ambicioso, mas ainda misterioso, plano de combate à pandemia a partir de 20 de janeiro, quando deve tomar posse, isso apenas quando todos os recursos – legais, diga-se – de Donald Trump para reverter o quadro se esgotarem (o prazo para isso é 14 de dezembro).

Sabe-se, até o momento, que Biden traça duas metas iniciais: estabelecer um sistema nacional para testagem de casos e organizar, também nacionalmente, a cadeia de fornecedores de insumos e equipamentos. Está claro que o democrata que celeridade numa resposta à crise pandêmica que maltrata os Estados Unidos e é colocada, pelo eventual novo presidente e seu partido, na conta de Trump.

Mas a covid-19 não é a única prioridade de Biden, que promete planos para recuperação econômica, combate ao racismo e mudanças climáticas. Biden deve começar, o quanto antes, conversas com deputados e senadores para tentar influenciar na aprovação de novo auxílio emergencial, de forma a fazer dinheiro circular no país e evitar maior degradação da economia. 

No entanto, é preciso ter dinheiro em caixa para tudo isso. Acontece que o governo Trump não liberou o dinheiro para que ocorra o processo de transição, afinal o atual mandatário norte-americano pretende – e não arreda o pé – iniciar uma batalha judicial para provar suas teorias de fraudes e permanecer no poder. O partido Republicano está dividido quanto à posição de Trump e, por certo, serão necessários mais dias ou semanas para cravar o nome do 46º presidente dos EUA.