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TRF determina que jovem investigado por morte de pajé na Bahia vá a júri popular

Nega Pataxó foi atingida por um disparo de arma de fogo, no dia 21 de janeiro de 2024, durante conflitos de terras

Por Da Redação
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Atualizado
TRF determina que jovem investigado por morte de pajé na Bahia vá a júri popular

Foto: Reprodução/TV Bahia | Redes sociais

O Tribunal Regional Federal (TRF) determinou que José Eugênio Fernandes Amoedo, de 21 anos, seja encaminhado a julgamento popular, pelo homicídio de Maria de Fátima Muniz, a pajé Nega Pataxó, do povo Pataxó Hã Hã Hãe, na cidade de Potiraguá, no sul da Bahia. A decisão, tomada em uma audiência realizada em Brasília (DF), na terça-feira (12), tem o intuito de levar o suspeito a julgamento pelo assassinato cometido em 21 de janeiro de 2024.

Na época do crime, indígenas e ruralistas da região se enfrentavam em disputas de terras. O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) informou, por meio de nota publicada na época do homicídio, que cerca de 200 ruralistas se organizaram em um movimento para recuperar por meios próprios, sem decisão judicial, a posse da Fazenda Inhuma, a qual havia sido ocupada por indígenas um dia antes do assassinato.

Após comunicação entre os fazendeiros através de aplicativos de mensagens, eles foram até o local, e o cercou com dezenas de veículos. Houve o enfrentamento entre as partes, o que ocasionou a morte de Nega Pataxó, e deixou ao menos outros três feridos.

Nega Pataxó foi atingida por um disparo de arma de fogo, e morreu, enquanto o irmão dela, o cacique Nailton Muniz Pataxó, foi atingido no rim, passou por cirurgia, e ficou internado em uma unidade de saúde.

Além de José Amoedo, filho de um fazendeiro envolvido na ação e responsável pelo disparo que matou Nega Pataxó, um policial reformado também foi preso em flagrante, por tentativa de homicídio contra o cacique Nilton.

Embora tenham sido presos em flagrante no mesmo dia do crime, José Amoedo foi liberado para responder em liberdade após pagamento de fiança, enquanto não foram divulgados detalhes sobre o agente. Um ano após o crime, o jovem apontado como responsável para morte da indígena de ser julgado.


Quem era Nega Pataxó?

Nega Pataxó era além de líder espiritual, professora e fazia parte das redes de saberes tradicionais de universidades brasileiras. Ela era doutora em Educação por Notório Saber pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

No velório dela, dezenas de indígenas estavam presentes, além da ministra Sônia Guajajara e da comitiva formada por lideranças, como a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, e a deputada federal Célia Xakriabá (PSOL).

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