Trombose: doença tem se tornado mais comum em pacientes jovens!

Exames de imagem podem ajudar no diagnóstico do problema

Por Michel Telles
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Atualizado
Trombose: doença tem se tornado mais comum em pacientes jovens!

Foto: Divulgação

O recém-diagnóstico de trombose do jogador João Pedro, 28 anos, lateral do Grêmio, acendeu um alerta sobre os perigos da doença para a população mais jovem. De acordo com uma nota da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), o número de casos em pessoas mais jovens tem se tornado mais frequente e preocupado os médicos. 

A trombose é uma condição em que o sangue forma um coágulo dentro de um vaso sanguíneo, dificultando ou bloqueando o fluxo de sangue. Esse coágulo é chamado de trombo ou êmbolo e pode acarretar complicações mais graves, inclusive a morte. O médico neurorradiologista, formado pela USP-SP e membro do Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Feira de Santana (IHEF), Roberto Vasconcelos (CRM-BA 21245 / RQE-BA 20377) alerta que a trombose é uma doença perigosa, principalmente por ser silenciosa. 

“O fato de ser uma doença silenciosa é muito perigoso, porque um paciente pode ter trombose e não apresentar sintomas. Essa condição tem frequência elevada, cerca de dois casos a cada mil pessoas”, informa o especialista.    

Diagnóstico e prevenção 

A trombose é uma condição que pode ser prevenida, na maioria dos casos. Isso porque o trombo se forma justamente por o sangue passar muito tempo parado dentro das veias. Então, a principal forma de prevenção para o problema é a movimentação e a prática de exercícios. Pacientes que estão em condições mais restritas, como aqueles em pós-operatório, precisam ao menos se locomover um pouco. Essa movimentação ajuda a contrair a musculatura das pernas, impulsionando o sangue de volta para o coração.  

O diagnóstico da doença é feito inicialmente através de uma anamnese médica, onde ele vai tentar identificar a presença de alguns dos sintomas, quando há, que incluem inchaço ou edema (principalmente nas pernas e geralmente de um único lado), dor persistente (especialmente na panturrilha), alterações na cor da pele (com tom azulado ou palidez) e sensação de calor na região afetada. 

Dois exames também são importantes nesse processo. O primeiro deles é o Dímero D, que mede a presença anormal de produtos da coagulação e que pode ter como causa, dentre outras coisas, a trombose. “É um exame que tem ainda mais valor quando o resultado é negativo, porque fala bastante contra a trombose. No caso positivo, ele pode indicar a existência da trombose, mas também de outras doenças”, explica o Dr. Roberto Vasconcelos.  

Já a ultrassonografia com Doppler dos membros inferiores fornece um resultado rápido e extremamente confiável para o diagnóstico. Nos casos de trombose venosa em outros sítios que não sejam os membros inferiores, a tomografia também pode ser usada para o diagnóstico. 

 

Riscos e tratamento 

Um dos principais riscos da trombose venosa das pernas é que ela pode se deslocar e obstruir a vascularização do pulmão, tornando-se um tromboembolismo pulmonar, o que pode levar o indivíduo à morte. Além disso, ela também pode interferir no funcionamento das válvulas das veias, provocando quadros de inchaço e problemas de circulação. Por isso, é essencial iniciar o tratamento assim que a doença seja diagnosticada. 

A principal forma de tratamento é através do uso de anticoagulantes. “Eles agem inibindo a formação de novos trombos e, com isso, o próprio corpo pode ir dissolvendo aqueles que já foram formados. É um tratamento mais prolongado, que pode durar de 3 a 6 meses e, eventualmente, até mais do que isso”, complementa o radiologista.   

Em casos de tromboses mais agressivas, pode ser necessário o uso de medicamentos trombolíticos, internação e, até mesmo, intervenção por cateter para a remoção ou fragmentação do coágulo.

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