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Trump pressionou Departamento de Justiça para alegar fraude eleitoral, diz jornal

Intenção do ex-presidente norte-americano era anular os resultados da eleição

Por Da Redação
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Trump pressionou Departamento de Justiça para alegar fraude eleitoral, diz jornal

Foto: Getty Images

O ex-presidente Donald Trump pressionou o Departamento de Justiça americano no fim do ano passado a declarar que a eleição foi "corrupta", embora não houvesse casos de fraude generalizada, revelou o jornal americano "The New York Times" nesta sexta-feira (30).

De acordo com a publicação, a intenção do ex-presidente dos Estados Unidos seria usar as alegações da Justiça para que ele e seus aliados no Congresso pudessem anular os resultados da eleição.

O jornal afirma ter publicado a informação com base em documentos fornecidos a parlamentares e obtidos pela repórter Katie Benner.

O Departamento de Justiça entregou documentos ao Comitê de Supervisão e Reforma da Câmara, que está investigando os esforços do governo Trump para reverter ilegalmente o resultado da eleição. Os pedidos aconteceram durante um telefonema em 27 de dezembro no qual Trump pressionou o procurador-geral da época, Jeffrey A. Rosen, e seu vice, Richard Donoghue, sobre as alegações de fraude eleitoral, que o departamento havia refutado.

Na ocasião, Donoghue advertiu que o Departamento de Justiça não tinha poder para alterar o resultado da eleição. 

Trump respondeu que não esperava isso, segundo as anotações que Donoghue fez para lembrar a conversa. “Basta dizer que a eleição foi fraudada, deixe o resto comigo” e com os aliados do Congresso, Donoghue escreveu resumindo a resposta de Trump. O ex-presidente, entretanto, não deu nome aos legisladores aliados, mas em outros momentos durante a ligação ele mencionou o deputado Jim Jordan, de Ohio.

Sem evidências 

Na época, o então procurador-geral americano, William Barr, havia dito que o Departamento de Justiça não tinha encontrado nenhuma evidência de fraude na eleição. Ele afirmou que "investigações feitas por procuradores federais e agentes do FBI não encontraram evidências de fraude eleitoral generalizada que pudessem mudar o resultado da eleição".

Barr renunciou dias após a declaração e antes do telefonema de Trump. Ele deixou no lugar dele Jeffrey Rosen, que ocupou o cargo interinamente até o fim do governo, em 20 de janeiro deste ano,  inclusive durante a invasão de apoiadores de Trump ao Capitólio.

"As demandas foram um exemplo extraordinário de um presidente interferindo em uma agência que normalmente é mais independente da Casa Branca", escreve o NYT. "São o exemplo mais recente da ampla campanha de Trump, durante suas últimas semanas no cargo, para deslegitimar a eleição", completa a publicação.

Cancelar as eleições

O então presidente americano se recusou a reconhecer a derrota na eleição e afirmou que Biden "ganhou porque a eleição foi fraudada". Em investigação sobre as eleições, o Departamento de Justiça americano descobriu que:

-A taxa de erro na contagem dos votos em Michigan era de 0,0063%, não os 68% que Trump alegava;
-Não havia evidências de que era verdadeira uma teoria da conspiração de que um funcionário na Pensilvânia havia adulterado as cédulas;
-Após examinar um vídeo e entrevistar testemunhas, o departamento não encontrou evidências de fraude eleitoral no condado de Fulton, na Geórgia.

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