TSE aponta que país registra 99 casos de assassinatos políticos em 2020
Após polêmica, Corte começa a analisar violência

Foto: Agência Brasil
A Assessoria Especial de Segurança e Inteligência divulgou nesta quinta-feira (26), um relatório parcial apontando 99 casos de homicídio ou tentativas de assassinato de pré-candidatos e candidatos nas eleições municipais deste ano. Anteriormente, dados do Monitoramento do Estadão apontou que o País registrou, em 2020, 107 assassinatos por motivações políticas. Segundo o levantamento, o número é o maior já registrado desde a Lei de Anistia e o início da redemocratização, em 1979. Do número total de vítimas, 33 eram pré-candidatos e candidatos a prefeito e a vereador.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, havia afirmado que crime político não era um problema da Corte. “A Justiça Eleitoral não cuida de segurança pública, portanto, essa é uma questão fora da nossa jurisdição", disse. "É um problema dramático, que precisamos enfrentar, mas não é um problema da Justiça Eleitoral", enfatizou.
Contudo, o relatório realizado pela Assessoria Especial de Segurança e Inteligência foi um pedido dele. Contudo, o levantamento do TSE apresenta dados imprecisos e um corte histórico reduzido sobre a violência nas disputas pelo poder.
Segundo o levantamento realizado pelo tribunal, houve um salto de crimes na política desde 2016, quando 46 candidatos e pré-candidatos teriam sido vítimas de atentado, sem dar detalhes. O monitoramento do Estadão, no entanto, destaca que, naquele ano, só o número de homicídios consumados de candidatos e pré-candidatos chegou a 47 casos. Desde 1979, o País registrou 1.604 assassinatos políticos. O levantamento do Estadão, pioneiro nos estudos sobre a violência política brasileira, é feito e atualizado desde 2013. Nesse levantamento não entram latrocínios e casos passionais de políticos. A principal base de fontes do trabalho é formada por informações de tribunais de Justiça, cartórios, organizações de direitos humanos e canais de partidos políticos e entidades comunitárias.


