Turistas capturam tartarugas marinhas para fazer 'selfies' em área de proteção na Bahia
Ato é considerado crime por captura e maus tratos de animais silvestres

Foto: Reprodução / TV Bahia
Turistas estão capturando tartarugas marinhas para tirar fotos, no Parque Municipal de Alcobaça, no sul da Bahia, que faz parte de uma área de proteção ambiental. A situação preocupa autoridades ambientais. O ato é considerado crime por captura e maus tratos de animais silvestres.
Os ambientalistas explicam que, nessa época do ano, as tartarugas retornam as praias onde nasceram para desovar. Muitas delas são de espécies ameaçadas de extinção, como a cabeçuda, a oliva e a de pente.
Com a maré baixa, os animais procuram os corais para se alimentar, mas os turistas estão aproveitando o momento para capturar as tartarugas e fazer "selfies" para as redes sociais.
Em um dos posts, três jovens aparecem carregando uma tartaruga juvenil e escrevem que “Se não for para tirar foto com tartarugas, elas nem vão à praia”. O responsável pelo Centro Tamar e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Marcello Lourenço, explica o crime ambiental:
“Nessas áreas, como são áreas rasas, elas ficam meio presas ali nas piscinas naturais, o que facilita de serem capturadas. Perseguir e capturar animais silvestres também é crime ambiental, no nível com multa e até prisão”, detalhou.
De acordo com Marcelo, esse tipo de atitude estressa os animais e pode afastar as tartarugas do local, que passa a ser uma área insalubre para elas.
“Ela está em uma área tranquila, em uma área de alimentação e descanso. Primeiro que já chegam em embarcações, fazendo ruídos. Dezenas de pessoas, com protetor solar, bebendo, colocando música e isso já é ruim. Aí pegar o animal causa um estresse totalmente desnecessário”.
“Se isso continuar, que a gente espera que não continue, isso pode afastar as tartarugas daqui. As tartarugas são ótimos indicadores de qualidade ambiental. Elas estão aonde a qualidade ambiental é boa. Se ficar ruim, elas vão embora”, acrescenta.