Uma criança ou jovem morreu a cada 4,4 segundos em 2021, aponta relatório da ONU
Segundo as agências da ONU, muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas com acesso equitativo à saúde de qualidade

Foto: UNICEF/Johnny Shahan
Um relatório divulgado na última terça-feira (10) pelo Grupo Interagencial das Nações Unidas para Estimativa da Mortalidade Infantil apontou que, no mundo, 5 milhões de crianças morreram antes de completar cinco anos. Outro dado aponta que 2,1 milhões de crianças, adolescentes e jovens entre cinco e 24 anos faleceram em 2021. Ainda segundo a ONU, 1,9 milhão de bebês nasceram mortos no mesmo ano. No total, esse número representa uma morte a cada 4,4 segundos.
Segundo as agências da ONU, muitas das mortes poderiam ser evitadas caso houvesse acesso equitativo e cuidados de saúde maternos, neonatais, adolescentes e infantis de alta qualidade. Para o diretor de Saúde Materna, do Recém-Nascido, da Criança e do Adolescente e do Envelhecimento da OMS, é “injusto” que as chances de sobrevivência de uma criança possam ser moldadas apenas por seu local de nascimento, e que existam desigualdades tão grandes em seu acesso a serviços de saúde vitais
A África Subsaariana foi a região responsável por 56% de todas as mortes de menores de cinco anos em 2021 e a Ásia Meridional por 26% do total. Segundo o relatório, crianças nascidas na África ao sul do Saara estão sujeitas ao maior risco de morte infantil do mundo, 15 vezes maior do que o risco de crianças na Europa e na América do Norte.
As mães nessas duas regiões também sofrem a perda de bebês natimortos em uma taxa excepcional, com 77% de todos os natimortos em 2021 ocorrendo na África Subsaariana e na Ásia Meridional. Quase metade de todos os natimortos aconteceu na África ao sul do Saara. Nessa região, o risco de uma mulher ter um bebê natimorto é sete vezes maior do que na Europa e na América do Norte.
Taxa de Mortalidade
O relatório aponta também resultados positivos, segundo a ONU, a taxa global de mortalidade de menos de cinco anos recuou em 50% desde o início do século, enquanto as taxas de mortalidade de crianças mais velhas, de adolescentes e de jovens caíram 36%. Já a taxa de natimortalidade diminuiu em 35%.