Uruguai se abstém de assinar comunicado conjunto do Mercosul
País reclama de protecionismo e busca negociações unilaterais com a China

Foto: Ricardo Stuckert/PT
Na cúpula de chefes de Estado do Mercosul, realizada nesta terça-feira (4), em Puerto Iguazú, Argentina, o Uruguai tomou a decisão, pela quarta vez consecutiva, de não assinar o comunicado conjunto dos titulares do bloco. Assinam o documento, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Alberto Fernández (Argentina) e Mario Abdo Benítez (Paraguai).
O Uruguai expressa sua insatisfação com o protecionismo considerado exacerbado do Mercosul e busca negociar, de forma unilateral, um tratado de livre-comércio com a China, à revelia dos demais países do bloco. O país reivindica mudanças no regimento interno para permanecer no Mercosul.
No comunicado conjunto, Brasil, Argentina e Paraguai se comprometem a discutir mudanças, embora não mencionem diretamente as demandas uruguaias.
"Os presidentes também concordaram com a necessidade de abrir um espaço de reflexão política sobre a modernização do bloco, incluindo o fortalecimento da agenda interna para uma maior integração de suas economias, bem como a estratégia de inserção internacional", destaca o comunicado conjunto.
O texto não faz qualquer menção à questão da Venezuela, mas ressalta o compromisso do Mercosul em admitir a Bolívia e avançar no acordo comercial com a União Europeia após ajustes no tratado.
"Reiteraram o compromisso do Mercosul de avançar para a pronta assinatura do Acordo de Associação com a União Europeia (UE) em benefício de todas as partes, levando em consideração os diferentes níveis de desenvolvimento"., diz o texto.