Utilização da tecnologia por crianças e adolescentes: como orientar o uso saudável das telas!
Aos detalhes...

Foto: Divulgação
O crescimento do uso de telas entre crianças e adolescentes é uma realidade que exige atenção das famílias e dos educadores. O universo digital oferece oportunidades valiosas de aprendizado, comunicação e lazer, mas também traz riscos quando utilizado sem orientação. Estimular o equilíbrio entre o “on-line” e as experiências do “off-line” é fundamental para apoiar o desenvolvimento saudável das novas gerações. De acordo com a pediatra Betina Lahterman, presidente do Departamento de Saúde Escolar da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), as crianças e adolescentes têm o direito de “passear” pelo ambiente digital. “Porém, na qualidade de pais, adultos responsáveis e como sociedade, temos o dever de promover e garantir o acesso saudável e seguro, com proximidade, supervisão e muito diálogo”, afirma a médica.
Como agir?
Para Betina, deve-se considerar todos os contextos que englobam a navegação, exposição e vulnerabilidade de crianças e adolescentes, como por exemplo se o conteúdo é apropriado para a idade e maturidade de quem o acessa. Ela diz que os aplicativos e redes sociais apresentam classificação indicativa que precisa ser respeitada: WhatsApp (13 anos), Instagram (16 anos), TikTok (13 anos) e X – antigo Twitter (13 anos). “Recomenda-se que crianças menores de 12 anos não possuam smartphone próprio”, orienta.
Além disso, ela alerta que é preciso saber como é essa interação dos filhos com o dispositivo (se utiliza sozinho, com amigos e/ou com adulto); o local em que acessa (em casa: no quarto/na sala e/ou em ambiente não controlado); qual a finalidade do uso (aprendizado, distração, regulação emocional) e, por fim, em quais momentos do dia a rede é acessada (durante as refeições, em eventos familiares, antes de dormir ou sem nenhum controle de tempo)
Exposição nas redes sociais – um alerta
Um tema recorrente e atual reacende a discussão sobre a exposição de crianças e adolescentes nas mídias sociais. Na maioria das vezes, despretensiosa e inocente. Pais e/ou filhos postam sobre o dia a dia, passeios e viagens; entram em trends (dancinhas para se divertirem). “Esses vídeos e imagens são entregues, pelos algoritmos das plataformas, indiscriminadamente, e podem ser deturpados por quem consome”, avisa a médica.
Na opinião da pediatra, a Inteligência Artificial (IA) colabora com essa nova realidade. “A partir dela, geram-se conteúdos impróprios através da distorção de imagens reais. O que se torna atraente para quem só tem um objetivo: monetização e lucro, alimentando uma rede de crimes contra crianças e adolescentes. “É importante promover o diálogo e reflexão com as crianças e adolescentes sobre os riscos e benefícios do uso das telas. Esse comportamento previne riscos, estimula o autoconhecimento e fortalece as relações”, pontua.
De acordo com a especialista, é urgente que os pais monitorem os usos dos dispositivos móveis e que verifiquem com frequência o uso de todas as plataformas consumidas por seus filhos. “Como proteção e não punição”, afirma, ressaltando que o estabelecimento de regras claras, limites e conversas sistemáticas são ações que garantirão o direito a uma navegação segura no ambiente digital saudável. “Fiquem atentos com quem e onde estão sendo compartilhados vídeos e imagens pessoais. E se essa exposição exagerada se faz, de fato, necessária. Todo esse cuidado é imprescindível”, conclui Betina.