Vacina de Oxford aponta erro e desperta dúvidas sobre eficácia

No primeiro anúncio, os pesquisadores da Universidade de Oxford, divulgaram que a eficácia média era de 70%

[Vacina de Oxford aponta erro e desperta dúvidas sobre eficácia]

FOTO: Divulgação/Oxford University

A vacina de Oxford desenvolvida em parceria com a empresa AstraZeneca apontou eficácia de 90% ou 62% contra o coronavírus. A eficácia de 90% foi registrada nos participantes que receberam inicialmente apenas metade da dose da vacina e, um mês depois, uma dose completa. A menor eficácia, de 62%, foi registrada entre os voluntários que receberam duas doses completas. Os testes foram realizados em voluntários na Inglaterra e no Brasil.

Nesta segunda-feira (23), os pesquisadores da Universidade de Oxford, divulgaram que a eficácia média era de 70%. Os dados geraram uma série de questionamentos dos especialistas, que ganharam força após o executivo responsável pela área de pesquisa e desenvolvimento da AstraZeneca, Menelas Pangalos, revelar que a empresa não tinha a intenção de aplicar metade da dose nos voluntários. 

O primeiro anúncio da empresa não mencionou a natureza acidental da descoberta. Segundo Pangalos, os pesquisadores britânicos que lideraram os testes deveriam ter dado uma dose completa aos participantes, mas um erro de cálculo da dosagem fez com que alguns recebessem apenas metade. 

Para cientistas e especialistas da indústria farmacêutica, o erro e uma série de outras irregularidades e omissões na forma com que a AstraZeneca inicialmente divulgou os dados, diminuiu a credibilidade dos resultados porque o método dos estudos clínicos não foi desenvolvido para testar a eficácia da metade de uma dose. 

Em entrevista ao jornal The New York Times ontem (25), Pangalos disse que o erro foi "bastante útil". “(O erro) não colocou ninguém em perigo. Foi um erro de dosagem. Corrigimos o engano e continuamos com o estudo, sem mudanças nas pesquisas, e concordamos com o órgão regulador para incluir esses pacientes na análise também”.

Nesta terça-feira (24) representantes da AstraZeneca e da Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, se reuniram para discutir o andamento dos estudos clínicos, mas até o momento não foi estipulado prazo para o pedido de registro do imunizante no órgão regulador brasileiro. 

Segundo a agência de saúde do governo, "nessa reunião, foram discutidos os dados obtidos até o momento. A empresa tem submetido documentos para avaliação do registro da vacina por meio do procedimento de submissão contínua e não definiu prazo para submissão do pedido de registro junto à Anvisa". 

O Ministério da Saúde tem um acordo com a farmacêutica para adquirir as doses da vacina e para a produção dela no Brasil pela Fiocruz.

A vacina de Oxford é a principal aposta do governo brasileiro para fazer uma vacinação em massa contra a covid-19 no País.


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