Vacinação contra a Covid-19 desacelera e estados e municípios deixam estoque crescer
Com média móvel de 1.700 óbitos diários, um atraso de duas semanas na distribuição da vacina implica em pessoas mortas que poderiam ter sido salvas

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Com a vacinação contra Covid-19 desacelerando no país no último mês, estados e municípios estão deixando crescer o estoque repassado pelo Ministério da Saúde. Segundo a reportagem do jornal O Globo, os lotes recebidos terem sido aplicados em 14 dias, o trajeto da vacina do centro logístico até a injeção aplicada no braço dos brasileiros está levando agora 26 dias.
A ampliação da lacuna entre vacinas distribuídas e aplicadas consta do Sistema de Informação de Insumos Estratégicos (SIES), e da base nacional do Programa Nacional de Imunizações (PNI), ambos ligados ao Ministério da Saúde.
Em fevereiro, quando a campanha deixou de depender de vacina pronta importada, o país vinha operando com um estoque livre de cerca de 25% das vacinas distribuídas. Agora, esse número se ampliou para 30%.
O aumento da disparidade entre doses enviadas e aplicadas é preocupante porque, com a média móvel de mortes diárias por Covid-19 ainda no patamar de 1.700 óbitos, um atraso de duas semanas na distribuição da vacina até a ponta do sistema já implica em pessoas mortas que poderiam ter sido salvas.
No Amazonas, apenas 46,5% das vacinas recebidas já foram dadas. O Rio de Janeiro está com 57,9% das doses entregues aplicadas.
O governo paulista reconhece que poderia estar vacinando mais, mas diz que a lentidão na aquisição de imunizantes contra Covid-19 é por parte do Governo Federal.