Vacinação contra Covid-19 completa um ano no Brasil com 68% da população vacinada
A aplicação das doses no país começou com atrasos
A vacinação contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, completa um ano no Brasil nesta segunda-feira (17). A campanha, que alcançou somente 68% da população brasileira, começou com calendário atrasado em relação a outros países, como Argentina, México e Chile. Atualmente, a variante Ômicron do coronavírus vem preocupando as autoridades. Isso porque a nova cepa é altamente contagiosa e alerta para os riscos de um novo colapso na saúde.
Além disso, a variante sinaliza também para a importância de concluir o esquema vacinal. No Brasil, mais de 20 milhões não voltaram para tomar a segunda dose. Com a vacinação de crianças liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a expectativa é de que a taxa de vacinação aumente no país.
Primeira dose e atraso
Até a primeira dose, aplicada na enfermeira Mônica Calazans em 17 de janeiro, em Itaquera, zona leste de São Paulo (SP), a demora para a compra das vacinas da Pfizer e da Janssen fez o país largar atrasado em relação ao resto do mundo. Naquele momento, em meados de janeiro, mais de 50 países já haviam aplicado suas primeiras doses, alguns inclusive entre novembro e dezembro do ano anterior, como Argentina, Chile e México.
De acordo com Gonzalo Vecina Neto, médico sanitarista, fundador e ex-diretor-presidente da Anvisa, o atraso teve influência significativa em muitas mortes evitáveis. “Infelizmente, muitas pessoas morreram porque a vacinação no Brasil começou tarde demais e demorou muito para engrenar. A única arma que havia era de fato a vacina”, afirma Vecina.
“Poderíamos ter começado com um volume alto. Os países desenvolvidos começaram em dezembro, e nós em janeiro com uma quantidade muito limitada de vacinas. Nossa capacidade é de aplicar de 30 a 40 milhões de vacinas por mês, apertando seriam até 70 milhões, por termos 38 mil unidades de saúde. Temos condição de já ter vacinado esses 160 milhões de adultos com as duas doses, mas terminamos o ano e ainda não terminamos de vaciná-los”, completa.