'Vamos ter alguns bilhões com as ferrovias', diz ministro da Infraestrutura
Com a edição do novo marco legal, ferrovias devem dobrar, até 2035, a fatia no transporte de cargas

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
O novo modelo de operações de ferrovias, liberado na última semana por medida provisória, dá ao setor privado maior liberdade para construir e usar o modal ferroviário. Atualmente, as ferrovias transportam cerca de 20% das cargas no País. A partir do novo marco e outros projetos de concessão, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, calcula que a participação do modal poderá chegar aos 40% em 2035, e deixar o Brasil em situação próxima a países como os Estados Unidos e China no uso de ferrovias.
O governo já possui 11 pedidos para construção de ferrovias por esse regime. São mais de três mil milhas em novos trilhos e R$ 59,5 milhões em investimentos. Em entrevista ao Estadão, o ministro falou que além da assinatura do contrato de concessão da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), o governo também pretende iniciar a construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO).
"Já temos R$ 30 bilhões de investimentos ferroviários contratados, agora vamos colocar algumas dezenas de bilhões para dentro com ferrovias autorizadas. Também assinar aditivo para viabilizar a linha de monotrilho que vai ligar a última estação da CPTM aos três terminais do aeroporto de Garulhos (São Paulo), e temos o projeto de lei que vai viabilizar a concessão da linha 1 e da linha 2 do metrô de Belo Horizonte", conta Tarcísio Freitas.
Apesar de os indicadores econômicos do país darem sinais de preocupação, Freitas diz que isso não é motivo para afastar os investidores, visto que o projeto é um investimento a longo prazo e eles podem começar a ver "estabilidade regulatória, o potencial de crescimento do mercado, taxas internas de retorno", fala o ministro.
Com o pouco crescimento do PIB e a abertura dos cofres em 2022 para as promover a candidatura do atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), o ministro da Infraestrutura nega, na entrevista ao Estadão, que os cofres serão utilizados de maneira irresponsável. "Isso está fora de questão", afirma o ministro.


