Vazamento de dados do Pix atinge mais de 11 milhões de pessoas, confirma o Banco Central
Dados cadastrais foram expostos via sistema do CNJ

Foto: BRUNO PERES/AGÊNCIA BRASIL
O Banco Central confirmou nesta quinta-feira (24) que o vazamento de dados no sistema administrado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) comprometeu informações de 46,8 milhões de chaves Pix vinculadas a 11 milhões de pessoas. O incidente ocorreu por meio do Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário (Sisbajud), utilizado por magistrados para solicitar informações financeiras e bloquear ativos de devedores.
Foram expostos dados cadastrais como nome completo, CPF, instituição financeira, agência, número e tipo de conta, chave Pix, status da chave, além das datas de criação e exclusão da chave Pix. Inicialmente, o CNJ havia informado a exposição de um número menor de dados, mas a lista foi ampliada após confirmação do Banco Central.
O problema foi identificado entre os dias 20 e 21 de julho e, segundo o CNJ, as medidas de contenção foram adotadas imediatamente. Tanto o Banco Central quanto o Conselho Nacional de Justiça ressaltaram que não houve vazamento de dados sensíveis, como senhas ou informações sobre saldos e transações bancárias, nem quebra de sigilo bancário.
O CNJ informou que disponibilizará, em breve, uma ferramenta de consulta para que os cidadãos possam verificar se tiveram seus dados expostos. O acesso ocorrerá exclusivamente pelo site oficial do Conselho (www.cnj.jus.br). O órgão orienta que não realizará qualquer tipo de contato com as pessoas afetadas por telefone, e-mail ou mensagens.
Em nota, o Banco Central avaliou que o vazamento tem baixo potencial de impacto para os usuários, mas decidiu informar o ocorrido por compromisso com a transparência, mesmo sem obrigatoriedade legal para notificação em casos envolvendo apenas dados cadastrais.