Velocidade com que o vírus sofre mutações torna incerta imunidade de rebanho

Na análise de especialistas, imunidade coletiva só acontecerá quando vírus deixar de circular entre as pessoas

Por Da Redação
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Velocidade com que o vírus sofre mutações torna incerta imunidade de rebanho

Foto: Reprodução/Freepik

Após dois anos de pandemia de Covid-19, a possibilidade de imunidade coletiva foi perdendo cada vez mais força, tendo em vista a velocidade de mutação do vírus que provoca a doença

Já com o sucesso no desenvolvimento de vacinas, houve quedas consideráveis em todas as regiões do mundo no número de mortes e internações por Covid-19. Ainda assim, não foi possível conquistar a imunidade coletiva. 

Na análise de especialistas, o consenso é de que a rapidez com que o Sars-CoV-2 sofre mutações impede até mesmo uma perspectiva em que a imunidade coletiva seja possível. Deste modo, a discussão passa de quando ela ocorrerá, para se esta possibilidade pode ser aplicada ao cenário.

Diretora da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), Mônica Levi disse ao portal R7 que, na prática, uma imunidade coletiva ocorre quando o vírus para de infectar pessoas e, consequentemente, de circular pela comunidade.

“Essa imunidade nós já vimos acontecer com o sarampo, vírus que já teve ausência de circulação no Brasil, e com a rubéola. É possível interromper essa circulação por meio da vacinação em larga escala, mas o que acontece de diferente com a Covid, que nos deixa com uma grande dificuldade de previsão, é a ocorrência de novas variantes e a possibilidade de transmissão do vírus por vacinados”, afirma.

Vale destacar que apesar de eficazes para prevenir internações e mortes pela doença, as vacinas em aplicação contra a Covid-19 não são esterilizantes, o que significa que não impedem que vacinados transmitam o vírus, por isso tanto se defende o uso contínuo de máscaras de proteção.

 “Embora [os imunizantes] diminuam a carga viral de uma pessoa que se infecta, diminuindo a chance de transmissão, ela ainda pode transmitir. Por isso que não podemos abrir mão das medidas não farmacológicas [como uso de máscaras e distanciamento social]”, alerta a especialista.

Infectologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Lina Paola destaca que as variantes do coronavírus, que surgem cada vez mais transmissíveis, a exemplo da Ômicron, têm dificultado a vacinação de bloqueio, que serviria para frear a circulação do vírus entre as pessoas.

“A vacinação diminuiu a mortalidade, o número de internações, [fez com que] as ondas fossem mais curtas, mas o coronavírus têm uma rapidez de mutação que não tínhamos visto em outros vírus, então não sabemos quando vamos ter uma imunidade de rebanho completa, porque a imunidade [não tem] contemplado a velocidade de mutação”, explica. 

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