Vencimento de 1,5 mil patentes de medicamentos deve movimentar mercado de genéricos nos próximos anos
Em 2024, o mercado de genéricos faturou R$ 20,4 bilhões, 13,5% a mais que no ano anterior

Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil
A indústria farmacêutica brasileira deve expandir a produção de genéricos e similares nos próximos anos. É esperado que, até 2030, cerca de 1,5 mil patentes de princípios ativos e processos industriais relativos a 1 mil medicamentos prescrevam, permitindo a produção de versões cerca de 35% mais baratas.
Os medicamentos são utilizados para o tratamento de 186 doenças, incluindo câncer e diabetes, além de antibióticos, analgésicos e anti-inflamatórios.
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Química Fina (Abifina), atualmente, existem 4,6 mil genéricos comercializados no Brasil. Com a prescrição das patentes, esse número pode aumentar em 20%.
Em sua maioria, as patentes pertencem a empresas americanas e europeias, como Astrazeneca, Novartis, Takeda, Janssen e Pfizer.
O governo brasileiro, junto às empresas que atuam no Brasil, mapeia substâncias estratégicas que devem entrar em domínio público para investir em pesquisa, fábricas e cadeias logísticas para efetivar a produção dos genéricos.
A corrida para o desenvolvimento de genéricos pode ser prevista através da busca por crédito no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e na Finep, tradicionais financiadores do setor. Entre 2023 e junho de 2025, o BNDES emprestou cerca de R$ 7,8 bilhões para a indústria da saúde, em sua maior parte para as farmacêuticas. O número representa um aumento de 72% em comparação ao quadriênio anterior.
Se adicionados os recursos da Finep, o montante total chega a R$ 11,8 bilhões concedidos no âmbito do Nova Indústria Brasil (NIB), política industrial do governo que tem o setor farmacêutico entre suas prioridades.
As patentes no Brasil têm duração de 20 anos, a partir do pedido ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Com o fim do prazo, outras empresas podem copiar substâncias já desenvolvidas.
No entanto, pela lei, os medicamentos genéricos devem custar no mínimo 35% a menos do que os de referência. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (PróGenéricos), só em 2024, esse mercado faturou R$ 20,4 bilhões, 13,5% a mais que em 2023.