Vendas de imóveis caíram 2,2% em 2020, diz CBIC

De acordo com os dados do estudo Indicadores Imobiliários Nacionais divulgados nesta segunda-feira (24), os  lançamentos de imóveis residenciais caíram 43,9% no primeiro semestre deste ano,  enquanto as vendas tiveram retração de 2,2%, na comparação com o mesmo período do ano passado. O levantamento foi divulgado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).

Segundo a CBIC, as instabilidades causadas pela pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, afetaram a tendência de crescimento que vinha desde janeiro de 2018. Porém, os impactos no mercado foram menores que os estimados anteriormente. Ainda segundo a CBIC, enquanto as vendas sofreram quedas leves, houve grande diminuição no número de lançamentos. Isso aconteceu por conta de adiamentos em função da pandemia.

Já no segundo trimestre de 2020, os lançamentos de imóveis (16.659 unidades) apresentaram uma queda de 60,9% na comparação com o mesmo período de 2019. Segundo o órgão, houve nesse período redução no número de unidades lançadas em todas regiões. A maior queda foi observada na região Norte (660 unidades), com 73,3% menos lançamentos que no segundo trimestre de 2019, seguida pelo Nordeste, com diferença de 70% (3.244 unidades). A região Sudeste teve variação negativa de 68,3% (18.238 unidades).

No primeiro semestre, foram 37.596 unidades lançadas, contra 67.034 unidades em igual período do ano passado. A maior diferença foi no Nordeste, com 6.690 unidades a menos ou 60,1% menos lançamentos que no mesmo período de 2019.

Vendas

No país, as vendas apresentaram uma queda de 23,5% no segundo trimestre de 2020 em comparação com o mesmo período do ano anterior. As regiões mais afetadas foram a Sudeste, onde o número de apartamentos vendidos foi 39,3% menor (9.321 unidades a menos), e Centro-Oeste, onde o número de apartamentos vendidos foi 22,9% menor (947 unidades a menos). Já no primeiro semestre, as vendas chegaram a 71.109, contra 72.710 em igual período de 2019.

Programa Casa Verde e Amarela

Segundo o presidente da CBIC, José Carlos Martins, está previsto para a terça-feira (25), o lançamento no programa Casa Verde e Amarela pelo governo federal. O programa será uma reformulação do Minha Casa Minha Vida. “O ponto chave será a regularização fundiária e a redução da taxa de juros”, disse Martins.

Retomada

Segundo o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Alexandre da Costa, que participou de parte da coletiva de divulgação do estudo, afirmou que as perspectivas para o segundo semestre para o setor é “muito auspiciosa”. Segundo ele, o governo anunciará nos próximos meses uma “série de medidas para destravar ainda mais a construção civil”. Costa afirmou ainda que as medidas serão adotadas para reduzir a burocracia e, assim, o custo para as empresas do setor.

 “Tudo alinhado com a visão de que o Brasil precisa se destravar, precisamos destravar os nossos empresários para que eles consigam investir, consigam crescer. É óbvio que isso tudo depende, principalmente quando fala de construção, de alguns programas públicos que nós devemos continuar”, afirmou o secretário. Em relação às vendas, Martins diz que a expectativa é  de crescimento de 20% a 30% nos lançamentos no segundo semestre deste ano, comparado a igual período de 2019.