Vídeo: alvo de inquérito do MP-BA por intolerância religiosa, Claudia Leitte fala sobre ser evangélica e se apresentar no Carnaval
Cantora evangélica comentou apresentações no Carnaval durante participação do programa 'Flow Podcast'
Foto: Reprodução/Youtube/FlowPodcast
A cantora Claudia Leitte comentou, durante o programa de entrevistas "Flow Podcast", na quarta-feira (24), como concilia a religião com as apresentações no Carnaval. A cantora, que é evangélica, já protagonizou polêmicas e foi acusada por intolerância religiosa, após alterar um trecho da música "Caranguejo", que celebra Iemanjá.
Ao ser questionada pelo apresentador Igor Coelho, conhecido nas redes sociais como "Igor3K", a artista revelou que já enfrentou o dilema, mas que atualmente consegue conciliar a religião com o trabalho.
"Já existiu. Mas é um questionamento massa, inclusive. Para si mesmo. Porque faz você ficar mais no lugar onde tem que ficar. Na sua fé. É um negócio muito doido, porque isso é desse tempo agora. E eu sou cristã há muito mais tempo. Tem uma galera que se converteu ao cristianismo e a gente trabalha. É o nosso trabalho. E a nossa cultura também. É a minha cultura", disse.
Claudia ainda contou ao entrevistador que possui compromisso com Jesus, e que as crenças de que ela não deveria se apresentar no Carnaval são exclusivamente das pessoas.
"Já tive esse questionamento, mas não tenho mais há muito tempo, pois minha relação é com Jesus [...] Quando estou lá em cima [no trio elétrico] eu amo aquela galera que está lá em cima, eu vou com ele, ele está comigo! A doutrina e os dogmas são das pessoas e não são dele, e já tenho essa consciência.
Denúncia por intolerância religiosa
No final de 2024, Claudia Leitte tornou-se alvo de uma representação enviada ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) em que era acusada de racismo religioso após alterar a letra da música "Caranguejo" em show, em Salvador. Na ocasião, a artista removeu uma referência a Iemanjá, entidade das religiões de matriz africana.
A cantora substituiu o trecho "saudando a rainha Iemanjá", e disse "eu canto meu rei Yeshu'a", termo que significa Jesus em hebraico.
O MP-BA instaurou um inquérito para apurar o possível caso de racismo religioso, em uma denúncia protocolada pela Iyalorixá Jaciara Ribeiro e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro). A investigação é de responsabilidade da Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa.
Confira trecho da entrevista:
