Vídeo: confira imagens de sala na 'Papudinha' onde Anderson Torres ficará preso
Ex-ministro foi único a começar a cumprir pena no Complexo

Foto: Divulgação/STF
O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nesta quinta-feira (27) algumas informações adicionais e um vídeo relacionado a sala de Estado-Maior, onde o ex-ministro Anderson Torres, que foi condenado no núcleo crucial da trama golpista, iniciou o cumprimento da pena na última terça-feira (25).
A sala fica localizada no prédio do 19º Batalhão de Polícia Militar do DF, no Complexo Penitenciário da Papuda, popularmente conhecido como "Papudinha" no decorrer dos últimos anos.
De acordo com o STF, o espaço é reservado para abrigar até quatro pessoas, mas será utilizado somente por Anderson Torres para poder atender à classificação de uma "sala de Estado-Maior".
O espaço tem área total de 54,7 metros quadrados, o que inclui 10 metros quadrados de área externa. Existem ainda quarto e banheiro, uma sala, cozinha e lavanderia.
De acordo com o STF, a sala oferta:
- geladeira;
- chuveiro com água quente;
- armários
- cama de casal;
- TV.
Enquanto estiver preso na Papudinha, Anderson Torres terá direito a cinco refeições diárias: café da manhã, almoço, lanche, jantar e ceia. A PM já havia dito que o cardápio será diferente do oferecido aos outros ocupantes.
"O banho de sol é feito na área externa da cela, permitindo inclusive a prática de exercícios físicos, com total privacidade e sem controle de horário", disse o STF.
Único condenado na Papuda
Dos outros oito réus condenados em definitivo pelo STF por fazerem parte do núcleo crucial da trama golpista, somente Torres foi encaminhado para a Papuda. O resto cumpre pena em outras instalações civis e militares no DF e Rio de Janeiro.
Anderson Torres foi ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro e em janeiro de 2023, assumiu a Secretaria de Segurança do DF, alguns dias antes dos atos de 8 de janeiro.
Por ter chefiado as forças de segurança ao assumir os cargos, o ex-ministro tem direito a uma cela especial, como as chamadas "salas de Estado-Maior".
Relator do inquérito, o ministro Alexandre de Moraes determinou que Torres comece a cumprir os 24 anos de prisão em uma das salas no 19º Batalhão da Polícia Militar do DF, a "Papudinha", o prédio militar que fica localizado do lado dos blocos principais da Papuda.
Veja abaixo como funciona a vida na Papudinha:
A estrutura
O Núcleo de Custódia da Polícia Militar (NCPM) é dedicado a:
- Militares estaduais que ainda mantêm vínculo com a corporação;
- Presos militares aguardando eventual condenação que possa ocasionar na perda do cargo;
- Civis com direito à Sala de Estado-Maior, de acordo com previsto em lei (ex.: advogados regularmente inscritos na OAB e autoridades), como é o caso de Torres.
O edifício fica localizado perto da Papuda para presos comuns, no Jardim Botânico, e tem capacidade para 60 presos.
Até o início de novembro, 52 pessoas cumpriam pena no 19º BPM.
O batalhão tem oito alojamentos coletivos, que são compostos por banheiro com box, chuveiro, cozinha, lavandeira, quarto e sala.
O ex-ministro ficará localizado em uma cela individual.
De acordo com a Polícia Militar, todas as instalações foram reformadas em 2020. As celas "são ventiladas e passam por higienização diária", de acordo com a corporação.
Todos os presos poderão receber itens de higiene, limpeza, enxoval e roupas definidos pela administração penitenciária, igualmente para todos.
É permitido ainda o acesso a televisores e ventiladores, segundo o regramento da unidade prisional.
Visitas, leitura e pista de caminhada
De acordo com a Polícia Militar do DF, responsável pelo prédio, o 19º Batalhão oferta "condições adequadas, seguras e humanizadas de custódia, em conformidade com a Lei de Execução Penal e outras normas vigentes".
Há, por exemplo, uma área de esportes e uma pista de caminhada exclusiva para os internos.
Os detentos terão direito a visitar duas vezes por semana, o calendário é o igual para todos os presos na Papudinha e divulgado de maneira antecipada. "A visita íntima segue as regras da execução penal", emenda a PM.
Ainda segundo informado pela Polícia Militar:
- Existe um atendimento médico periódico, "com consultório próprio e monitoramento contínuo da saúde";
- o cardápio de quem está na Sala de Estado-Maior, a exemplo de Anderson Torres, é "diferenciado" em comparação aos outros detentos;
- é possível utilizar a leitura e o trabalho para abater tempo de cumprimento da pena;
- A Capelania da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros atua diariamente no espaço, "oferecendo apoio espiritual e orientação";
"O tratamento é humanizado e preserva a integridade física, moral e psicológica dos internos, com observância rigorosa dos direitos fundamentais", afirma a PM.


