Vídeo: Depoimento de “Careca do INSS” é suspenso após confusão entre advogado de defesa e deputados
Sessão foi interrompida após troca de acusações entre advogado de defesa, relator Alfredo Gaspar e o deputado Zé Trovão

Foto: Reprodução
O depoimento do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, à CPI do INSS foi suspenso após uma série de discussões que marcaram os primeiros minutos da sessão nesta quinta-feira (25). A confusão envolveu o advogado de defesa do réu, Kleber Lopes, o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), e o deputado Zé Trovão (PL-SC), que precisou ser contido por policiais legislativos.
Amparado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe garante o direito ao silêncio, Antunes afirmou que não responderia às perguntas do relator. “Em depoimentos anteriores, o relator disse que eu era um ladrão, o que mostra que é tendencioso. Por isso, não o responderei”, declarou.
A tensão aumentou quando Gaspar abriu sua fala chamando Antunes de “o maior ladrão dos aposentados e pensionistas desse país”. O advogado reagiu dizendo que se tratava de um desrespeito e ameaçou retirar seu cliente da sessão. Nesse momento, Zé Trovão interveio, que participa como membro da CPI, mandou o defensor “permanecer calado” e partiu em sua direção, obrigando a presidência da comissão a suspender os trabalhos por cinco minutos.
Apesar do impasse, Antunes negou envolvimento no esquema de fraudes no INSS. Em sua fala inicial, ele sustentou que sua prisão preventiva foi fundamentada “em mentiras” e afirmou ser inocente. “Sempre acreditei que a verdade seria suficiente para afastar a mentira dessa investigação. Sou um empreendedor nato e não tenho qualquer relação com governos, seja ele municipal, estadual ou federal”, disse.
A Polícia Federal aponta Antunes como um dos principais articuladores das irregularidades investigadas pela Operação Sem Desconto. Segundo os investigadores, empresas ligadas a ele movimentaram R$ 25,5 milhões entre associações e intermediários suspeitos. O inquérito também cita viagens internacionais frequentes, compra de imóveis no exterior e a abertura de uma empresa offshore nas Ilhas Virgens Britânicas.