Vídeo: “Nenhum clube brasileiro se sustenta nos próximos cinco anos se não virar SAF”, diz Ney Campello no Fala Bola
Ex-dirigente do Vitória alerta para impacto da reforma tributária e defende que modelo exige experiência, projeto esportivo e investidores de longo prazo

Foto: Fala Bola/Farol da Bahia
No Podcast Fala Bola, apresentado pelos jornalistas Alan Dantas e Gabriel Rezende, o convidado Ney Campello afirmou que a transformação dos clubes brasileiros em Sociedade Anônima do Futebol (SAF) será inevitável nos próximos anos. Segundo ele, o cenário econômico e tributário tornará impraticável a permanência de equipes na elite sem a mudança.
“Nenhum clube brasileiro se sustenta nos próximos cinco anos numa série de destaque, que seria uma Série A. Vamos ficar nessa gangorra. Nenhum se sustenta nos próximos cinco anos se não forem convertidos em SAF”, declarou.
Campello destacou que a nova reforma tributária — prevista para começar a ser aplicada a partir de 2026 — deve pressionar ainda mais os clubes tradicionais. “Quem não for SAF paga 12% a mais de imposto”, afirmou. Para ele, embora o motivo principal não deva ser o tributo, a questão amplia a urgência da discussão.
O ex-dirigente disse que a decisão deve estar associada a modelo de gestão, investimento qualificado e resultados. “A gente quer uma SAF campeã. Uma SAF à altura do torcedor do Vitória. Não significa apenas um grupo que bote dinheiro, porque botou no Vasco e olha a confusão que está dando”, comentou.
Campello afirmou que experiência no negócio do futebol é essencial. “A gente quer um clube que, em primeiro lugar, tenha experiência. Não pode ser qualquer grupo. Um grupo amador”, disse. Ele citou que modelos mistos também podem funcionar: “Pode haver uma conjunção. Um grande grupo financeiro com um operador associado, com expertise”.
Segundo ele, o próprio movimento político interno do Vitória defende essa linha: “Nós não queremos um cheque ou um pix. Nós queremos um projeto. Para ter projeto, precisa ter experiência”.
Ao final, Campello reforçou que o futuro da SAF depende de capacidade real de sustentação: “Esse projeto tem que estar alavancado em investidores que sejam capazes de sustentar isso no longo prazo. Não é só o dinheiro que é anunciado”, disse.
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