Vídeo: Tacun Lecy fala sobre apagamento dos candomblés do Recôncavo no podcast Podomblé
Fotógrafo e Bàbálase do Terreiro Raiz de Ayrá destaca o apagamento histórico dos candomblés de Terreiro Jeje-Nagô e sua importância para a cultura afro-baiana

Foto: FB Comunicação
No episódio do podcast Podomblé que foi ao ar na segunda-feira (4), o fotógrafo e Bàbálase do Terreiro Raiz de Ayrá, Tacun Lecy, falou sobre o início da sua trajetória profissional na fotografia e a motivação que o levou a registrar os terreiros de Jeje-Nagô no território baiano. Apresentado por Adriano Azevedo, o programa está disponível no canal FB Comunicação Podcast.
“A minha carreira fotográfica profissional começa justamente para poder documentar e contar um pouco das histórias desses territórios de resistência, que são os terreiros de Jejunagodô”, afirmou Tacun. Segundo ele, a ausência dessas casas nas narrativas produzidas em Salvador o incomodava profundamente, sobretudo diante do preconceito enfrentado pelos terreiros do Recôncavo.
Tacun criticou a forma pejorativa como esses espaços são retratados, até mesmo dentro das comunidades de axé: “Sempre que eu ouvia falar dos candomblés do Recôncavo da Bahia, era com um tom de que não era um candomblé de verdade. Ouvi gente dizendo que lá era candomblé de maluco”.
Ele explicou ainda que os terreiros Jeje-Nagô do Recôncavo guardam características únicas, por reunirem elementos do Keto-Yorubá e do Jeje, especialmente por influência da Roça do Ventura, onde a tradição jeje é muito presente.
“O nosso fundamento é muito natural, incorporamos essas duas culturas e tradições nos nossos ritos”, destacou Tacun Lecy, reforçando o valor e a ancestralidade dos candomblés da região.
Confira mais no vídeo abaixo: