• Home/
  • Notícias/
  • Salvador/
  • Vídeo: “Valores fora da nossa realidade”, diz Bárbara Carine ao criticar cachês pagos no Festival Virada Salvador

Vídeo: “Valores fora da nossa realidade”, diz Bárbara Carine ao criticar cachês pagos no Festival Virada Salvador

Professora questiona investimento de R$ 13 milhões na festa, critica prioridades da gestão municipal

Por Da Redação
Às

Atualizado
Vídeo: “Valores fora da nossa realidade”, diz Bárbara Carine ao criticar cachês pagos no Festival Virada Salvador

Foto: Reprodução/ Redes Sociais

A professora, escritora e influenciadora digital Bárbara Carine criticou, em vídeo publicado nesta segunda-feira (30), os gastos da Prefeitura de Salvador com o Réveillon da cidade e afirmou que a diferença de cachês pagos a artistas contratados para a festa reflete o racismo estrutural presente na sociedade brasileira. Segundo ela, o investimento estimado em R$ 13 milhões ocorre em um contexto de serviços públicos precarizados, especialmente no transporte coletivo.

“Fim de ano chegando e aqui no meu Instagram é a mesma agonia de sempre. Salvador gastando horrores nos cofres públicos com o Réveillon. Esse ano, R$ 13 milhões”, afirmou Bárbara. Na avaliação da professora, a reação da população aos valores pagos aos artistas é compreensível. “A população fica escandalizada com os valores dos cachês porque são valores fora do nosso paradigma salarial. A gente se choca, principalmente quando é dinheiro público”, disse.

No vídeo, Bárbara também associa os gastos com festas ao anúncio do reajuste da tarifa de ônibus, confirmado pelo prefeito Bruno Reis para 2026. O gestor informou que o aumento não ocorreu no fim de 2025 após a aprovação de um subsídio pela Câmara Municipal, mas que o contrato de concessão prevê reajustes periódicos. Atualmente, a passagem custa R$ 5,60, enquanto a tarifa técnica é de R$ 6,19, com parte do valor sendo subsidiada pelo município.

Segundo a professora, a insatisfação da população é legítima diante da combinação entre transporte público considerado precário e altos investimentos em grandes eventos. “O povo reclama da festa, reclama da fila, reclama do transporte, e está certo em reclamar. O ônibus segue precarizado e, todo fim de ano, vem o aumento da passagem”, afirmou.

Bárbara avaliou que o excesso de festas promovidas pelo poder público cumpre um papel simbólico. “A gente não faz festa porque a vida está boa. Pelo contrário, a gente faz festa porque a vida está ruim. A gente se inebria na festa para esquecer as dores da vida”, disse. Segundo ela, essa lógica é conhecida e utilizada historicamente na política. “Os políticos já entenderam bem isso. É a lógica do pão e circo.”

Ao comentar sobre da discrepância entre os cachês, a influenciadora afirmou que a prefeitura não define diretamente os valores pagos aos artistas, mas está dentro da estrutura, o mercado cultural reproduz desigualdades: “Não é a prefeitura que oferece um milhão para alguns artistas e oferece R$ 160 mil para outros. Isso é permitido por uma sociedade racista”, declarou.

Bárbara citou como exemplo o Olodum, grupo de reconhecimento internacional e importância histórica para a cultura negra, e o cantor Edson Gomes, referência do reggae nacional. “O Olodum é uma banda muito maior, com importância histórica internacional para a luta do povo negro. Edson Gomes é o rei do reggae nacional, um artista fundamental para a conscientização da população periférica”, afirmou. “Ainda assim, artistas negros da casa recebem muito menos. Para a professora, a explicação é direta. “O nome disso é racismo estrutural”, disse. “E, obviamente, a prefeitura faz parte dessa estrutura quando contrata atrações e define como o dinheiro público vai circular.”

O vereador Silvio Humberto (PSB) também utilizou redes sociais para denunciar a diferença no pagamento de artistas locais e de outros estados durante o Festival da Virada 2026, que acontece na capital baiana.

Veja declaração de Bárbara: 

 

 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário

Nome é obrigatório
E-mail é obrigatório
E-mail inválido
Comentário é obrigatório
É necessário confirmar que leu e aceita os nossos Termos de Política e Privacidade para continuar.
Comentário enviado com sucesso!
Erro ao enviar comentário. Tente novamente mais tarde.