Vídeo: Zucco critica julgamento de Bolsonaro e questiona imparcialidade de ministros da Primeira Turma do STF
Líder da oposição na Câmara aponta falta de tempo para defesa e alerta para insegurança jurídica

Foto: Reprodução/Farol da Bahia
BRASÍLIA - O líder da oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL), criticou nesta quarta-feira (10) o julgamento realizado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal que trata da tentativa de golpe de Estado em 2022, onde são réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete aliados. À imprensa, ele destacou a falta de tempo para que a defesa analisasse as provas e questionou a imparcialidade do julgamento.
Zucco afirmou que o grupo de advogados da defesa recebeu “70 terabytes de informações para analisar em tão pouco tempo”, sugerindo que fosse concedido um pedido de vista para garantir o direito de defesa. "Também disse sobre a inexistência de fundamentação para que se fale em organização criminosa, citou inclusive a inexistência de fatos que falem sobre armas de fogo e eu pergunto: em algum momento da história, alguém fez um golpe sem arma de fogo?", questionou o parlamentar durante entrevista em Brasília.
O deputado também comentou sobre a imparcialidade do julgamento, mencionando supostos conflitos de interesse de ministros que compõe a Primeira Turma, responsável pelo caso. Aos jornalistas, ele destacou que a declaração de Fux, que votou para anular o processo, vai "gerar insegurança jurídica".
Fazem parte da Primeira Turma os ministros Alexandre de Moraes (relator do caso), Flávio Dino, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia.
“Temos um ministro que é vítima e também julgador, um ministro que era advogado do então presidente e recebeu como prêmio a indicação, ou um ministro que já entrou na justiça contra Bolsonaro e se declara comunista. Mas, por fim, quero destacar a declaração importante do ministro Fux, que vai gerar grande insegurança jurídica”, afirmou Zucco.
Ele ainda alertou que o voto de Fux deve gerar uma série de pedidos de revisão e anulação de decisões. "Teremos com certeza a entrada de dezenas e centenas de pedidos de revisão e de anulação com o voto que foi dado. E para quem não entendeu, fica claro nas palavras do ministro Fux, esta decisão não é jurídica. No momento que estamos julgando pessoas sem foro, fica claro e evidente, dito por ele, que não podemos julgar politicamente, e é o que está sendo feito", finalizou.
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