Virologistas ganham prêmio Nobel de Medicina 2020 pela descoberta do vírus da hepatite C
Vencedores dividirão, em partes iguais, o valor de 10 milhões de coroas suecas

Foto: Divulgação
Harvey J. Alter, Michael Houghton e Charles M. Rice são virologistas ganhadores do Prêmio Nobel 2020 em Medicina, segundo anunciou a Academia Sueca nesta segunda-feira (5), pela descoberta do vírus da hepatite C, uma inflamação do fígado que pode se tornar crônica e causar câncer, levando à morte. Os vencedores dividirão, em partes iguais, o prêmio no valor de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,3 milhões).
Existem cinco tipos de hepatite: A, B, C, D, e E. Há vacinas contra dois deles: A e B (no Brasil, elas são cobertas pelo SUS). Para o tipo E, há uma imunização desenvolvida e licenciada na China, mas que não está disponível em todo o mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Já o tipo D só pode infectar uma pessoa que já tenha o vírus da hepatite B no corpo. Não há vacina para o tipo C, mas há tratamento, com taxas de cura acima de 95%.
Sobre os vencedores e seus estudos
Os estudos do virologista americano Harvey J. Alter, 85 anos, de hepatite associada a transfusões de sangue demonstraram que um vírus desconhecido era uma causa comum de hepatite crônica. Ele é pesquisador do National Institutes of Health (NIH), nos Estados Unidos.
Michael Houghton, virologista britânico, usou uma estratégia não testada para isolar o genoma do novo vírus, batizado de vírus da hepatite C. Ele é diretor do Instituto de Virologia Aplicada da Universidade de Alberta, no Canadá.
Charles M. Rice, virologista americano de 68 anos, forneceu a evidência final mostrando que o vírus da hepatite C podia, sozinho, causar a doença. Ele é professor de virologia na Universidade Rockefeller, nos EUA.
Como se previnir
- Não compartilhar com outras pessoas qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue (seringas, agulhas, alicates, escova de dente etc.);
- Usar preservativo nas relações sexuais;
- Não compartilhar quaisquer objetos utilizados para o uso de drogas;
As pessoas que têm o vírus devem:
- ter seus contatos sexuais e domiciliares e parentes de primeiro grau testados para hepatite C;
- não compartilhar instrumentos perfurocortantes e objetos de higiene pessoal ou outros itens que possam conter sangue;
- cobrir feridas e cortes abertos na pele;
- limpar respingos de sangue com solução clorada;
não doar sangue ou esperma.
Tratamento
O tratamento da hepatite C é feito com antivirais de ação direta, com taxas de cura de mais de 95%, realizados entre oito ou 12 semanas. Todo o tratamento também é disponibilizado pelo SUS.