As eleições municipais de domingo, justamente numa data – 15 de novembro – alusiva à pavimentação e constituição do republicanismo no Brasil, apresentaram resultados (alguns prévios, devido à quantidade de estados que decidirão prefeitos em segundo turno, dia 29/11) que tem muito a ver com aquela política do fim do século 19 (Primeira República), nos meandros da Proclamação: entre os avanços e a estagnação, com ousadia limitada para quebrar antigos e rançosos conceitos.
É o que em tempos atuais chegaria perto, numa comparação ainda que rasteira e com muitos poréns, à política do bloco chamado de centrão. Nem pra lá e nem pra cá, é constituído por partidos como Dem, PSDB, MDB e PSB, entre outros, que abocanharam diversas prefeituras no pleito de ontem.
Diga-se, inclusive em Salvador, com a vitória do democrata Bruno Reis, o apadrinhado do atual mandatário soteropolitano, ACM Neto, numa campanha atípica, com pouca rua, pouco debate e escassos vislumbres à capital baiana num desafiador 2021 em diante.
Salvador, como a maioria dos estados nacionais, viu seu eleitorado votar pela política tradicional. Candidatos diferentes estavam devidamente postos na corrida eleitoral, no entanto, sobressaiu-se o político da zona de conforto (apenas para si próprio e ao partido), aquele que o povo tem quase total convicção que pouco mudará.
Foi-se a chance, ao menos para os próximos quatro anos, de Salvador e outras localidades em se desprender de velhos hábitos e velhos cacoetes da política. Serão, por certo, mais quatro anos da eterna dúvida plantada na população, com a contínua impressão de que algo saiu errado: quando algo vai de fato mudar para melhor?