Volkswagen anuncia centro de desenvolvimento de motor a biocombustível no Brasil
Empresa alemã diz que centro vai funcionar de forma independente em relação às demais operações no mundo

Foto: Agência Brasil
Visando expandir os negócios, a Volkswagen decidiu fazer do Brasil um centro de pesquisa e desenvolvimento de sistemas de propulsão de automóveis que utilizam etanol e outros biocombustíveis como energia. A decisão do grupo parte da premissa de que a transição da indústria rumo ao carro elétrico não vai acontecer na mesma velocidade em todas as partes do mundo, de modo que motores a combustão interna seguirão sendo produzidos em mercados onde a substituição de tecnologia levará mais tempo.
O Brasil, segundo a empresa alemã, terá a função de desenvolver para esses mercados, que em grande parte usam gasolina como fonte de energia, soluções mais limpas, fazendo de certa forma a “ponte” da evolução gradual da produção de veículos elétricos ou híbridos dentro do compromisso da Volkswagen. Com a adesão ao Acordo de Paris, a empresa tem o compromisso de buscar neutralidade em emissões de poluentes até 2050.
O centro de desenvolvimento do Brasil vai funcionar de forma independente em relação às demais operações da montadora no mundo, atraindo parcerias com governo, universidades e produtores de biocombustível. De acordo com o presidente e CEO da Volkswagen na América Latina, Pablo Di Si, o centro também tem o objetivo de estudar o uso de etanol como fonte de recarga das baterias de carros elétricos, uma possibilidade aberta pela tecnologia de célula a combustível. “Não queremos criar uma ‘jabuticaba’, e sim pensar em como a tecnologia desenvolvida no Brasil pode ser aproveitada em outros países ao redor do mundo”, diz o executivo.
Ao mesmo tempo em que espera aposentar definitivamente os motores a combustão interna na Europa entre 2033 e 2035, a Volkswagen avalia que a transformação tecnológica deve acontecer mais tarde na China e nos Estados Unidos, os dois maiores mercados de automóveis do mundo, levando ainda mais tempo em mercados emergentes como o Brasil. Até o momento, não há definição sobre quanto a Volkswagen vai investir e quantos engenheiros serão contratados pelo centro de desenvolvimento de tecnologias baseadas em biocombustíveis. A criação, entretanto, já foi autorizada pela matriz na Alemanha. “Será um processo que vai demorar mais alguns meses até o fim do ano. Mas o mais importante foi a aprovação do conceito pelo conselho mundial”, afirma Di Si.