Alta da inflação: de janeiro a maio deste ano, estados registraram arrecadação de R$ 45,1 bilhões
Estados se aproximam das próximas eleições com cofres cheios

Foto: Agência Brasil
Com a alta da inflação, os governadores se aproximam da campanha eleitoral de 2022 com os cofres cheios. De janeiro a maio deste ano, o patamar de arrecadação já superou em R$ 45,1 bilhões o resultado obtido no mesmo período de 2019, antes da pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Especialistas apontam que a tendência é de que os Estados usem o caixa no ano que vem, quando os governadores querem mostrar serviço em ano de eleições. Contudo, há o temor por parte dos especialistas de que os governadores aumentem as despesas permanentes em 2023. A informação é do jornal Estadão.
Até maio, a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), segundo os dados da Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite), alcançou R$ 250 bilhões, com alta real (acima da inflação medida pelo IPCA, índice oficial) de 11%. Sobre 2020, quando a pandemia derrubou a arrecadação, as receitas deste ano subiram R$ 50,6 bilhões.
Puxado pelo boom internacional de alta das commodities (produtos básicos), Mato Grosso, que é produtor de alimentos, está no topo da lista dos Estados com maior crescimento da arrecadação do ICMS, 41,2% nos primeiros cinco meses do ano. O Estado de São Paulo, a maior economia do País, arrecadou 8,7% (R$ 12 bilhões) a mais em comparação a 2019, chegando a R$ 72 bilhões. A recuperação da arrecadação dos Estados acompanha também a arrecadação do governo federal, que já cresceu R$ 96 bilhões em relação a 2019 e R$ 156 bilhões sobre o resultado do ano passado nos primeiros cinco meses do ano.
O presidente da Febrafite, Rodrigo Spada, afirmou que com a inflação mais salgada as despesas dos Estados também crescem. Já a especialista em contas dos Estados e consultora da Febrafite, a economista Vilma Pinto, disse que essa melhoria na arrecadação é temporária e não estrutural, por causa do ciclo de commodities e efeito inflacionário relevante.