Crédito/Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
É sabido, teoricamente, que o brasileiro tem uma certa preguiça para leitura, porém fica tudo meio que em uma névoa de achismo. Infelizmente, é verdade. Esta semana eu postei em meu Instagram um carrossel de fotos, que tentava fazer ligação dos tais reborn a ações espirituais. Argumentos de como se esses bonecos pudessem carrear a interferência, até habitabilidade de espíritos. As fotos não eram minhas, não senti no direito de pôr qualquer legenda sobre as postagens, porém fui muito claro na minha legenda, no descritivo de que aquilo tudo era inverdade, que esses reborn só são boneco de silicone, objetos; que a única energia ali presente era dos que os manuseavam.
Comparei, de outro modo, a sapatos e argolas que têem também a energia momentânea de seus possuidores, mas, que, ao serem passados adiante, perderiam esta “aura” e teriam a dos novos possuidores. Parece mentira, mas as pessoas não leram a minha legenda e começaram a estranhar exatamente o que eu mencionava como mentira. Não leram coisa alguma.
Vi ali que de fato está absolutamente correta a 6ª edição da pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", do Instituto Pró-Livro, feita no final do ano passado. Essa pesquisa revela uma queda significativa no número de leitores no país, com uma perda de quase sete milhões nos últimos quatro anos. Durante esse período, os brasileiros abandonaram o hábito da leitura. A coordenadora da pesquisa, Zoara Failla, explica os fatores que contribuíram para essa queda, dentre alguns outros há destaque para o interesse central em volta de usar seu tempo livre para outras tarefas como assistir televisão, usar a internet, ver as redes sociais, enviar mensagens no Whatsapp, escutar música e assistir a filmes.
Alguns analistas dessa mesma pesquisa afirmam, lamentavelmente, que muitos acham que “...a leitura demanda um esforço, uma concentração, uma dedicação, que muitas vezes nós não temos. Então esse espírito de rapidez, de agilidade, que as mídias nos colocam é o buscado. Essa rapidez nos impede de termos um tempo de maturação, onde possamos pensar, refletir sobre o assunto”. O pior que é absolutamente verdadeiro todo o levantamento dessa pesquisa, eu próprio comentei com três amigos meus, à guisa de me situar, quais os livros que eles estavam lendo atualmente, nenhum dos três estava com leitura atual, sendo pessoas esclarecidas, no sentido de escolaridade superior.
Precisei apagar o post anterior e colocar na primeira foto da nova postagem a afirmativa de que tudo aquilo ali dito não era verdadeiro, chamando a atenção para o que escrevi na legenda. A pesquisa, tristemente, estava também certa quando afirma, mostra que a preferência da população é por mídias nas quais menos esforço seja necessário. Por favor...
