José Medrado

[]

Abordei aqui na semana passada a necessidade de se ter compaixão com as questões envolvendo a pandemia, em razão do que vinha vendo, sentindo na sociedade, em seu todo. Causava-me uma inquietação, como ainda causa, a naturalização das mortes, angústia das pessoas...até que o meu natural, mas sempre buscando trabalhar mais, processo de empatia com os amigos e pessoas que não conhecia me fez sentir em mim mesmo o que é a empatia, quando em minha porta a ansiedade e angústia e bateram com a covid-19. Meu irmão precisou ser internado.

A empatia é a capacidade psicológica de se colocar no lugar do outro, buscando sentir o que sentiria a outra pessoa, caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. É tentar compreender, sentir mesmo as emoções, dores e é claro também alegrias que o seu próximo sente. A empatia, penso, deve levar as pessoas a ajudarem umas às outras, mesmo que estranhas, por força do sentimento de humanidade, na compreensão de o amanhã, desconhecido, poderemos estar no lugar de quem hoje sofre e damos com os ombros. Nesse domingo, então, postei pedindo orações por meu irmão que enfrenta no hospital a COVID, milhares de manifestações, centenas de solidariedade, mas destaco, acreditem, duas ou três que ainda tentaram politizar o processo, buscando gerar uma discussão fora do ambiente de solidariedade e fraternidade que ali estava estabelecido. Naturalmente, usando a palavra da vez, cancelei e excluí, claro, por uma questão de manutenção do bem, pelo bem. 

O desenvolvimento da empatia é processo de bem-estar interior, em todas as direções e com quem está precisando do apoio emocional, humano, inclusive com o desconhecido. A mim me parece que a falta do olho no olho, muitas vezes, tem gerado um sentimento frio do apenas digitar, de não sentir a vibração, em especial nestes tristes meses de pandemia. O teclado do computador, do celular é mecânico, sem vínculo, sem emoção salvo a de quem digita, razão, entendo, pela qual o envolvimento emocional cai, posto que só se configuram palavras, que são corrigidas, quando digitadas erradas, pelo corretor da máquina...e nós continuamos os mesmos.

Entendo que a empatia entre pessoas que não se conhecem é a mais difícil de ocorrer, porque não há vínculos, histórias compartilhadas, por outro lado, no entanto, se nos esforçarmos para imaginar o que o outro passa, buscando o tal e se fosse comigo, com algum amor meu e se fosse eu? Certamente, algo poderia se mover e gerar alguma sensibilização de nossas almas, haja vista que a empatia é um sentimento que pode ser praticado. Uma das maneiras de exercitar a empatia é treinar manter um olhar de afeto sobre as necessidades de outras pessoas, porque em tudo que acontece neste mundo, poderemos infeliz ou felizmente passar. 


Comentários

Veja Também

Fique Informado!!

Deixe seu email para receber as últimas notícia do dia!