Patrícia Salles

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A menopausa é a última menstruação da mulher, confirmada após 12 meses consecutivos sem menstruar. A maioria das mulheres tem a menopausa dos 45 aos 55 anos. Nesta fase ocorre redução dos hormônios sexuais femininos, decorrente da redução da função dos ovários e, com isso, podem surgir alguns sinais e sintomas como oscilação do humor, falta de energia, insônia, fogachos, sudorese noturna, tendência a ganho de gordura abdominal, redução da libido, incontinência urinária e ressecamento vaginal. Além disso, ocorre aumento do risco de osteoporose e do risco cardiovascular. Nem todas as mulheres vão apresentar estes sintomas, mas ter conhecimento sobre eles ajuda a saber o que esperar e como prevenir, já que cada mulher passa pela menopausa de forma diferente.

 O ganho de peso é comum na transição menopausal, quando a mulher ganha em média, 0,7kg/ano. A mudança corporal da mulher nesta fase ocorre por dois principais motivos: o envelhecimento leva à redução do metabolismo e a alteração hormonal leva à redução de massa muscular e ao aumento da porcentagem de gordura corporal, principalmente gordura abdominal (visceral). O estrógeno é responsável por atuar na regulação da homeostase energética, controlando a ingestão alimentar e o gasto energético basal, regula o depósito de tecido adiposo e melhora a sensibilidade insulínica, mas ele reduz na transição menopausal. 

Neste período ocorre alteração da distribuição de gordura, do padrão ginecoide (acúmulo de gordura em região de quadril) para o padrão androide (acúmulo de gordura abdominal). Comparando com mulheres na pré-menopausa, ocorre um aumento de cerca de 20% no depósito de gordura abdominal. A obesidade e o aumento de gordura abdominal são associados com efeitos metabólicos adversos e aumento do risco cardiovascular, sendo a doença cardiovascular a principal causa de morte pós-menopausa.

A alteração do sono e do humor, bastante comum neste período, também favorece o ganho de peso, ao tornar a mulher menos disposta e dificultar a adoção de hábitos saudáveis. A redução na atividade física é um dos principais fatores relacionados ao aumento do peso corporal com o envelhecimento. Apenas 10% das mulheres acima de 50 anos realizam exercício físico de forma adequada. Uma informação importante é que as mulheres que aumentam a intensidade do exercício físico após a menopausa tendem a evitar o ganho de peso. O recomendado é realizar 150 minutos por semana de exercício aeróbico e 2 dias de exercício resistido, como musculação e pilates. O exercício resistido é muito importante, pois aumenta a massa magra e o gasto energético basal.

A terapia hormonal é recomendada para mulheres com sintomas associados a menopausa e que não tenham contraindicações, o que precisa ser avaliado pelo médico. É mais segura se iniciada perto da menopausa, o que chamamos de “janela de oportunidade”. O período em que o risco-benefício de iniciar a terapia hormonal é mais favorável se dá antes dos 60 anos e até 10 anos da menopausa.

A terapia hormonal não tem seu uso recomendado para prevenção de doença crônica ou manejo do peso. Ela não resulta em alteração no peso corporal, mas pode modificar a composição corporal. As mulheres que realizam terapia hormonal tendem a apresentar: aumento da massa magra, melhora da sensibilidade à insulina, melhora do perfil lipídico e redução da adiposidade central. O uso do estrógeno ainda melhora a densidade mineral óssea e a performance muscular.

É importante saber que esta é uma fase de renovação na vida da mulher, de cuidar ainda mais de si, intensificar ou iniciar exercício físico, comer de forma saudável, fazer atividades de lazer para reduzir o estresse, ter momentos de risadas com as amigas, tentar dormir bem, realizar os exames de rotina e ir ao médico regularmente.

 


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