Patrícia Salles

 

A Sarcopenia é definida como a perda de massa muscular, força e função associada a idade. A Sarcopenia evoca a imagem de diminuição da vitalidade e perda da juventude. Está associada ao aumento da fraqueza, quedas, morbidade e mortalidade no idoso. Começa em torno dos 25 anos com perda da massa muscular em torno de 0,5% ao ano, aumentando para 1% a partir dos 65 anos. É um sério problema de saúde no mundo, devido ao aumento no número de pessoas idosas. Muitas vezes impede que uma pessoa idosa tenha uma vida independente, necessitando de assistência e cuidados constantes. No idoso é sempre importante pesquisar outros fatores que podem levar a fragilidade antes de dar o diagnóstico de Sarcopenia, entre eles a deficiência de vitamina D. É importante saber que a perda muscular pode ser acelerada no caso de doenças associadas e perda de peso. Há perda não somente da massa, como também da qualidade muscular. No jovem a massa muscular compreende 45% a 50% de toda massa corpórea e 80% a 85% da massa sem gordura. No idoso(>65anos), a massa muscular compreende 35% da massa corpórea e 40% da massa sem gordura. A síntese proteica diminui com a idade, em torno de 28% a 37%. Ocorre um menor consumo de oxigênio pelo músculo com a idade, e isso explica uma diminuição da síntese proteica muscular. Devido à grande morbidade e mortalidade associada a sarcopenia, a prevenção e o tratamento são áreas de grande interesse. Podemos dividir a sarcopenia em primária ou secundária. A primária é relacionada com a idade, quando nenhuma outra causa é evidente, além do próprio envelhecimento. A Secundária é quando uma ou mais causas são evidentes como: Doenças associadas, causa nutricional, e sedentarismo. Apesar de se iniciar aos 25 anos, em média, é partir dos 60 anos, que ela se torna mais perceptível. É um dos mais importantes fatores que levam o idoso a cair e que o torna uma pessoa dependente. A redução da ingesta alimentar, "anorexia do envelhecimento”, e a falta cada vez maior do exercício físico com a idade são importantes fatores desencadeadores da sarcopenia. Atualmente o meio mais utilizado para o diagnóstico da sarcopenia é a Densitometria óssea de corpo todo, para avaliação da composição corporal, massa magra, massa óssea e massa adiposa total. A sarcopenia pode ser evitada e até mesmo revertida com uma alimentação balanceada, uma vida psicologicamente saudável e com prática de atividade física de maneira consciente e com acompanhamento profissional. A prevenção é a chave. A Atividade física em pacientes com Sarcopenia é muito importante. Exercícios físicos devem sempre estar associados ao tratamento dos pacientes com Sarcopenia, pois leva a uma melhora óssea e redução da osteoporose, melhora estabilidade postural, reduz o risco de quedas, lesões e fraturas, aumenta a flexibilidade e a amplitude de movimentos. Além de trazer inúmeros benefícios psicológicos, como a melhora da função cognitiva, alívio da depressão, melhor autocontrole e eficácia. A prática de exercícios de resistência ainda é a intervenção mais efetiva para aumentar a massa muscular em idosos. Exercício de resistência compreende atividades de movimentos mais lentos, frequentemente envolvendo pequenos grupos musculares, contra alta resistência. Como exemplo: levantamento de peso, alongamentos. É importante ressaltar que a alimentação é fundamental para o bom resultado do exercício físico. Outro ponto que deve ser avaliado pelo seu médico: Com o envelhecimento o nível de testosterona tende a declinar, principalmente após os 80 anos, em 40 a 90% dos idosos. E vocês sabiam que existe relação entre a queda da testosterona e declínio da massa e força muscular? No músculo a testosterona estimula a síntese proteica e o recrutamento das células satélites às fibras musculares em atrofia. Alguns sinais e sintomas de deficiência de Testosterona no homem: Humor deprimido, Diminuição da libido/da função sexual/disfunção eréctil, Diminuição da energia, Diminuição da força, Distúrbio do sono, Irritabilidade, Sarcopenia, Osteopenia/Osteoporose. Vamos prevenir a Sarcopenia e os seus riscos fazendo mais atividade física e se alimentando melhor! “Nenhum remédio no mundo consegue os efeitos produzidos pela atividade física, com apenas 30 minutos de exercícios por dia reduzimos o risco de morrer por diversas doenças e melhoramos a qualidade de vida”.

Patrícia Salles – Médica especialista em Endocrinologia & Metabologia.


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