Luís Salém

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Quando desembarquei, em novembro de 2017, de mala, cuia e cão em Salvador, tinha pouso garantido na Rua Ari Barroso, no Chame-Chame, convicto de que seria pra sempre. Encantado por viver na cidade de Todos os Santos nem me dei conta que o pra sempre, sempre acaba!

Não! Não estou indo embora da Bahia, para a alegria duns e o espanto doutros. Minha história por aqui tem sequência e ainda que não seja pra sempre, será eterna, enquanto dure!

Estou de mudança sim, mas de endereço, permaneço pela Barra, agora mais próximo ao Porto. Outro CEP, noutro cenário, novos ares doutras bandas. Tudo novo, de novo!                                      

Parafraseando Renato Russo: já morei em tanta casa que nem me lembro mais... em algumas fui feliz, outras nem tanto assim, mas a vida vem me ensinando que mudar é abrir a porta para o que vem e fechar a tampa para o que já foi. Não é tarefa das mais fáceis. Exercitar o desapego é barril, mas também gratificante e transformador! 

Do Rio de Janeiro pra cá trouxe tudo, embalado e encaixotado, foi uma zorra da porra me livrar do plástico bolha que envolvia as coisas e descobrir que eram coisas demais porque eu, inseguro com a radical mudança, acabei me esquivando de exercitar o tal do desapego, e pequei e paguei pelo excesso de bagagem. Agora tenho a chance de rever o conceito de essencial e necessário, pessoal e intransferível e deixar pra trás o que de certo não me pertence mais.

A gente acumula muitas coisas no passar dos anos, certas coisas por ter, outras por ser e essas são as mais valiosas, que nos recordam alguém, lembram um certo amor ou belo carinho, são coisas vitais pra gente não esquecer quem é, de onde veio e o que viveu. É verdade que olhando atentamente a nossa volta, percebemos que a maioria de tais coisas não são palpáveis, estão guardadas em você e seguem pra onde quer que a gente vá!

Das coisas que são tocadas com a mão, tenho comigo um quadro de Rubens Gerchman na parede da sala, presente e presença de Rodolfo Bottino, objetificando a amizade e o amor que nos unia, uniu e une, forevis! Tem também o caqueiro com a rafia que ganhei de Alcemar Vieira, em 2009, regar a planta, pra mim, é como nutrir nossa fraterna amizade. Mas nem vou aqui fazer o inventario dessas tontas tantas coisas, a resenha é outra! Novos tempos, novos rumos, novas paisagens.

Portanto meu caro leitor e me dirijo aqui a Jorge Salomão, único a assumir publicamente que me lê, mas acho que vou pluralizar, vai que tenha mais alguéns...

Portanto caros leitores, se estão pensando em mudar de casa, pais, cidade, crush ou cabelo, não vacilem, vão fundo! Mudanças por vezes dão medo, mas com sorte te ajudam a reconhecer uma insuspeitável coragem.

Faça um rol daquilo que realmente vale a pena e se jogue, o incrível e extraordinário pode acontecer, abra espaço para as novidades, no final das contas você vai se perceber capaz e predisposto a novas e infinitas possibilidades! Ajayô!

That's all folks, aproveito pra informar a quem interessar possa que não estou namorando e que na noite do dia 12 de junho vou no Cortejo Afro pra ver Silva no palco e festejar a data querida!  Quem sabe não muda o rumo dessa prosa...

Conto pra vocês domingo que vem!

A gente se vê na subida ou descida da ladeira!

 

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