NO MUNDO DA LUA

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NO MUNDO DA LUA

Lí, com a atenção redobrada, o que disseram os representantes de diversas associações empresariais sobre a eliminação da tarifa de 10% de diversos produtos exportados pelo nosso país para os Estados Unidos, e a manutenção da tarifa de 40% para esses mesmos produtos e outros que também tiveram suas tarifas majoradas.

Beneficiaram-se dessa medida executiva do presidente americano muitos países da Ásia e America Latina, sancionados com tarifas, inclusive superiores a 10%, que passaram a usufruir de tarifa Zero para suas exportações ao Estados Unidos de produtos agropecuários, como carne  bovina, café, tomate, banana e outras frutas, sendo boa parte deles produtores dos mesmos produtos que os brasileiros e, consequentemente, seus concorrentes no mercado internacional.

Ficou claro que não havia motivos reais para festejar as medidas do governo americano. Elas não decorriam de um êxito da diplomacia brasileira, mas reduziam a capacidade competitiva do Brasil e tornavam ainda mais difíceis as negociações em curso.

Na verdade, a tarifa de 40% sobre os produtos brasileiros eram tarifas punitivas, através das quais os norte americanos insistiam no retorno do Brasil ao pleno estado democrático de direito, a suspenção dos embaraços tributários às empresas americanas de tecnologia e outras questões no plano democrático.

A diplomacia brasileira travou a discussão destas questões políticas cruciais, ao considera-las indispensáveis à  continuidade de Lula da  Silva no poder, ainda que ao preço da destruição das liberdades democráticas no país.  Preferiu festejar a vitória de Pirro, que julgou conquistar com as decisões presidenciais de Donald Trump, condenando, dessa forma, várias camadas da vida empresarial brasileira ao desastre econômico e à falência. 

A festa durou pouco. O suficiente para deixar o país perplexo, humilhado. Mais uma vez com o pires na mão, pedindo socorro e clamando por uma nova reunião, na  qual continuará com a mesma cantilena. Que a Venezuela é soberana e um exemplo de democracia, que temos um tribunal superior comprometido com a Constituição e as leis, que o dólar é o malfeitor da economia mundial, que os traficantes são boa gente e outras mumunhas mais!

Carl Sagam, cientista americano, definiu bem este comportamento canhestro, quando afirmou “que nada me perturba mais do que a glorificação da estupidez”. Será que Trump não percebe a estupidez de Lula e seu negociador? Ou lhe sobra paciência para suportar tanta estupidez e imbecilidade? Melhor seguir o que nos ensina La Fontaine com seu conselho eficaz: “paciência e tempo dão mais resultado do que força e raiva”. Penso que Trump está atento ao que aconselha La Fontaine, sabendo com quem está tratando! 

O Brasil caiu na real e saiu do mundo da Lua. Comeu farofa e arrotou peru. Consolado por Gilberto Gil, seu cantor preferido, anda cantalorando, junto com Janja, sua parceira de infortúnio, a canção genial do grande compositor: “é chegada a hora de escrever e cantar talvez as derradeiras noites de luar”.

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